Um dos sintomas do mal em nossa vida é justamente o isolamento. Acima de tudo, o isolamento da realidade e dos outros. Nós nos trancamos dentro de nossas cabeças, nossas ideias, e confundimos a realidade com o que está apenas dentro da nossa cabeça.
O pior, então, é quando a gente não consegue mais nem pedir ajuda, buscar ajuda para sair desse isolamento. O Evangelho de Marcos 7, 31-37 fala exatamente disso.
Depressão
A história desse surdo-mudo não é simplesmente sobre a cura física de um homem, mas sobre o sinal que ela indica. Jesus reabre os sentidos. Ou seja, reabre as formas de comunicação com a realidade. Isso nos traz de volta à terra. Dá valor às coisas que existem e não às nossas elucubrações mentais que são o primeiro combustível das nossas depressões.
No referido episódio do Evangelho, Jesus pronuncia a palavra"Effathá", que significa abrir-se, saindo de todos os nossos fechamentos e isolamentos.
Dedos, saliva, língua, toque, são coisas de extrema concretude. O contato concreto da vida é a ocasião que o Senhor muitas vezes nos dá para curar. Não raciocinando, mas deixando-se “tocar” concretamente nas coisas, é aí que também encontramos a cura.
Não basta reordenar ideias, às vezes precisamos de um encontro/embate com a concretude da realidade.