Segunda-feira, 10 de Outubro de 2022
1Ásia, África… especulação sobre a nacionalidade do próximo papa
O vaticanista John Allen examina as personalidades que poderão emergir num próximo conclave. O jornalista que tem vindo a analisar as notícias do Vaticano há anos está particularmente interessado nos candidatos africanos e asiáticos. Sobre a questão da África, observa que um papa negro seria, em teoria, uma boa opção. Seria uma demonstração da solidariedade da Igreja para com este continente em desenvolvimento, uma declaração poderosa contra o racismo, um reconhecimento da vitalidade do catolicismo nesta parte do mundo. Mas o problema, diz ele, é que não existem realmente candidatos fortes.
De fato, o Cardeal Peter Turkson, de Gana, deixou a sua posição estratégica como prefeito do dicastério para o Serviço de Desenvolvimento no ano passado. Quanto ao Cardeal Robert Sarah, de Guiné, o seu perfil conservador provavelmente não lhe permitirá obter uma maioria de dois terços. Especialmente por ser também um antigo prefeito de um dicastério.
Na ausência de candidatos africanos - alguns dos quais ainda não estão suficientemente maduros - John Allen está concentrado na Ásia, onde há mais perfis "papabile". Existe, claro, o Cardeal Luis Antonio Tagle, atualmente responsável pelo dicastério da evangelização. Com 65 anos, é visto como dinâmico e popular, e oferece um perfil de continuidade com o pontificado de Francisco. Mas alguns veem-no como demasiado "gentil" para assumir o cargo esmagador de Bispo de Roma.
Outros nomes estão a circular, tais como o Cardeal Malcolm Ranjith, d3 Sri Lanka. Tem uma vasta experiência do Vaticano, tendo servido na Congregação para a Evangelização dos Povos e como secretário da Congregação para o Culto Divino. É fluente em italiano, o que ainda é um bem indispensável para administrar a Cúria. Para o perito do Vaticano, ele seria um candidato sólido entre os cardeais mais conservadores: "Em Roma, ele era conhecido como o 'pequeno Ratzinger'", explica ele. Outros nomes incluem o Cardeal Charles Bo, de Myanmar, que em breve terá 74 anos, e o Cardeal Lazzaro You Heung-sik, da Coreia do Sul, actualmente chefe do dicastério para o clero. Um perfil ascendente.
Angelus News, inglês
2Como o México converteu-se ao catolicismo
Uma descoberta surpreendente foi feita num convento dos anos 1550 na periferia da Cidade do México: símbolos indígenas e católicos pintados lado a lado. Um toucado com penas, um machado e um escudo aparecem num afresco ao lado de um "M" mariano. Esta coabitação poderia ser um sinal de que os nativos "negociaram" a sua conversão ao cristianismo, diz a agência noticiosa americana AP. Esta inculturação teria ocorrido após a vitória dos exércitos espanhóis contra o império asteca em 1521. A teoria mais frequentemente defendida é que o catolicismo foi imposto pela força. Este afresco, pelo contrário, tende a mostrar que a adoção do catolicismo foi conseguida mediante compromissos para facilitar a sua adoção.
De fato, os símbolos encontrados na cripta poderiam referir-se a um deus asteca, potencialmente Tepoztecatl. A hipótese defendida pelos investigadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México tem o mérito de tornar mais plausível a conversão de milhões de mexicanos, numa altura em que os padres católicos espanhóis estavam em escassez. A descoberta do mosteiro é também interessante na medida em que conta a história dos primeiros tempos da evangelização de um ângulo diferente. Levanta questões sobre o funcionamento das "capelas abertas" - ou "capelas posantes" - onde o afresco estava localizado.
Estes eram uma espécie de nicho construído em torno de um pátio onde os padres celebravam missas ao ar livre para os nativos. "As capelas ao ar livre podem simplesmente ter refletido o desejo dos padres de trabalhar o mais rapidamente possível para converter a população indígena", diz a equipe de investigação, contrariando a crença prevalecente de que o povo indígena tinha medo de espaços fechados. Estes espaços religiosos ao ar livre eram também "mais fáceis de construir", acreditam eles, e expressam "a necessidade urgente de começar a utilizar o espaço".
AP, inglês
3E TAMBÉM NA IMPRENSA INTERNACIONAL…
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L’Avvenire, italiano
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Pubblico, espanhol
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Media Congo, francês