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Cuba: ditadura convoca jornalista católico para interrogatório

CUBA

YAMIL LAGE / AFP

Francisco Vêneto - publicado em 24/10/22

Ele já havia sido ameaçado de morte a facadas no ano passado por criticar o regime comunista

A ditadura de Cuba convocou para um interrogatório o jornalista católico Adrián Martínez Cádiz, correspondente em Havana da rede de telecomunicações norte-americana Eternal Word Television Network (EWTN). O grupo de mídia fundado pela Madre Angélica atua em dezenas de países, mediante canais de TV e portais católicos de notícias em diversos idiomas.

No último dia 19, Adrián relatou via rede social:

“Por volta das 17h55, um rapaz bateu à porta da minha casa e entregou à minha mãe uma intimação do Ministério do Interior para um interrogatório, daqueles que chamam de ‘entrevista’, na Delegacia de Polícia da Praça da Revolução”.

A convocação oficial determinava que o jornalista comparecesse no 21 perante uma oficial identificada como Karla. Caso faltasse sem justa causa, seria “multado ou indiciado pelo crime de desacato”.

Adrián Martínez é também secretário executivo da Pastoral da Juventude em Havana. Em abril de 2021, quando ainda não trabalhava na EWTN, ele já havia denunciado, via redes sociais, que tinha sido ameaçado de morte a facadas por um militante comunista que o acusava de combater o regime cubano.

Após receber a convocação para o interrogatório, o jornalista católico pediu a seguidores nas redes sociais que rezassem por ele e o “acompanhassem nessa hora, de onde estivessem, rezando o Salmo 91”, que menciona a “proteção do Altíssimo” e a “sombra do Onipotente” e afirma que Deus é “refúgio e cidadela”.

Na manhã do dia 21, Adrián compareceu ao interrogatório, que durou cerca de uma hora, e, depois, relatou como foi a “conversa” com a tenente coronel designada:

“Ela me tratou muito mal, levantou a voz com maus modos e me mandou calar a boca todas as vezes que eu queria explicar alguma coisa. Ameaçou várias vezes me prender por causa das minhas postagens nas redes sociais. Eles alegam que eu crio ‘memes’ contra o presidente, o que não é verdade”.

Antes de ser multado em 3 mil pesos, Adrián recebeu da oficial uma “ata de advertência” por escrito:

“Ela me disse que estava me avisando oficialmente que eu poderia ser processado criminalmente se continuasse publicando”.

Adrián se recusou a assinar a “ata de advertência”. Depois de ser liberado, publicou seu relato nas redes sociais e acrescentou:

“Eu estou tranquilo. Estou feliz por ter saído da delegacia e me encontrar com uma grande família: quatro sacerdotes que puderam comparecer junto comigo. Sinto que recebi todas as orações e que o Senhor esteve comigo todo esse tempo”.

A ditadura cubana se mantém sistematicamente hostil a líderes católicos. Confira casos recentes nos artigos abaixo.

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