O Dia de Todos os Santos lembra-nos que a santidade não é um estado de felicidade que existe inteiramente fora da nossa experiência de vida, mas sim uma felicidade escondida no fundo da nossa vida. E mesmo onde há sofrimento, há uma alegria oculta que só pode ser encontrada na condição de deixarmos de querer ter uma vida diferente, e começarmos a ir mais fundo na nossa.
O mal apela precisamente ao desejo de fuga, à crença de que para sermos felizes teríamos de nos livrar de quem somos neste momento, da nossa história, da nossa existência concreta neste mundo. Ilude-nos a pensar que a felicidade existe, mas que só se encontra noutro lugar. Em vez disso, os santos descobriram que a felicidade está aqui e agora, e que só precisamos de encontrar o caminho para realizá-la.
Jesus veio essencialmente ao mundo para nos ensinar este caminho. Quando nos pede para o seguirmos, fá-lo para nos ensinar um caminho. Abraçar a nossa cruz e segui-lo não é endossar o masoquismo, mas sim o segredo para emergir de muitos becos sem saída.
Mas para o fazermos, temos primeiro de confiar mesmo sem o ver. Por exemplo, quando experimentamos algo difícil, o que mais podemos notar é o cansaço que sentimos, mas se confiamos em Cristo, acabamos por descobrir uma misteriosa alegria escondida ali onde pensávamos que só havia infortúnio. Os santos são testemunhas deste segredo.