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Obstetra desmente reportagem pró-aborto sobre bebês na 10ª semana de gestação

ecografia e bebê com semanas de gestação

H_Ko - shutterstock

Francisco Vêneto - publicado em 01/11/22

"A informação errada tem a intenção de desumanizar seres humanos não nascidos"

A doutora Christina Francis, médica e diretora executiva da Associação Americana de Obstetras e Ginecologistas Pró-Vida (AAPLOG), desmentiu uma reportagem pró-aborto veiculada pelo jornal britânico The Guardian sobre bebês na 10ª semana de gestação.

Segundo essa matéria, assinada por Poppy Noor e intitulada “Como é realmente uma gravidez antes de dez semanas – em fotos“, um bebê no ventre materno nem sequer seria “visível” antes da décima semana de gestação. Para tentar “demonstrar” essa tese, a matéria expõe uma série de fotografias, significativamente fornecidas pela organização pró-aborto My Abortion Network (MYA Network).

A doutora Christina Francis, no entanto, questiona a matéria e rebate que o artigo promovido pela rede pró-aborto é “intencionalmente enganoso”. Ela sustenta que as fotos apresentadas são manipuladas e que, nessa fase do desenvolvimento, o embrião já é, sim, claramente visível.

De fato, a obstetra observa que as fotos expostas no artigo sequer parecem incluir o embrião, mas apenas pedaços brancos do saco gestacional e do tecido decidual circundante.

A matéria do Guardian, porém, alega que as fotos fornecidas pela MYA Network serviriam para “tranquilizar” gestantes que pensam em abortar, mas que estão “com medo” por terem visto outras imagens que mostram “a humanidade” do feto. Ao serem colocadas diante de imagens como as da matéria, ou seja, que não mostram um bebê em desenvolvimento, as pacientes de clínicas de aborto sentiriam “alívio”, diz o artigo.

Quem promove essa tese do “alívio” para abortar é, pouco surpreendentemente, a própria diretora da entidade pró-aborto, a médica Joan Fleischman. Ela afirma que “o embrião nascente não é facilmente visível a olho nu” e, portanto, “mostrar esse tecido pode ser um alívio para as pacientes”.

Cabe registrar que a MYA Network se apresenta, no seu site oficial, como “uma rede de médicos que estão expandindo as opções de aborto em ambientes de atenção primária”. A rede oferece serviços médicos de abortos precoces, inclusive mediante pílulas abortivas que a gestante pode tomar em casa.

Segundo a agência de notícias CNA, a MYA Network também afirma que “os nascituros não têm batimentos cardíacos”. A mesma agência informa ter solicitado declarações da MYA Network, sem ter obtido retorno.

A CNA conseguiu, no entanto, entrevistar a doutora Christina Francis, que contesta o conjunto de alegações e imagens veiculadas pelo Guardian a propósito da 10ª semana de gestação.

A médica obstetra afirma:

“O ‘tecido da gravidez’ fotografado pela My Abortion Network neste artigo foi claramente manipulado de forma significativa a ponto de ser intencionalmente enganoso. Essas imagens, combinadas com o comentário do artigo, afirmam erroneamente que uma gravidez de seis a dez semanas é apenas um aglomerado de células, nada mais, ou que [o embrião] é pequeno demais para ser visto sem um microscópio. O site desta organização afirma que eles removeram partes do tecido e lavaram o sangue para mostrar ‘apenas o saco gestacional’. Isto quer dizer que eles removeram o embrião do tecido da gravidez ou que o embrião foi tão destruído pelo processo de aborto que é indistinguível do resto do tecido fotografado”.

Contra o que define como manipulação a respeito das reais condições de um bebê em desenvolvimento na 10ª semana de gestação, a doutora Christina Francis sustenta que, nessa fase, um feto já poderia ser claramente visível:

“Entre seis e dez semanas de gestação, o embrião cresce até se tornar um feto, do tamanho de um feijão cozido até o tamanho de uma ameixa. Em muitos casos, de fato, eles são visíveis a olho nu. Muitas mulheres que sofreram aborto espontâneo ou aborto médico podem atestar isso”.

E enfatiza:

“Este artigo é um insulto a essas mulheres e a informação errada que ele contém prejudica todas as mulheres. Tem a intenção de desumanizar seres humanos não nascidos, mas qualquer pessoa que tenha participado de uma aula de desenvolvimento humano básico ou visitado um site de gravidez poderia ver os fatos”.

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