"A paz não é alcançada conquistando ou derrotando alguém"
O Papa Francisco afirmou que os santos são “os verdadeiros revolucionários”, durante a sua alocução do Ângelus nesta solenidade de Todos os Santos (celebrada tradicionalmente em 1º de novembro, mas podendo ser transferida para o domingo seguinte, como será feito no Brasil).
“O Evangelho de hoje desmente a versão estereotipada dos santos. As bem-aventuranças de Jesus, que são a carteira de identidade dos santos, mostram totalmente o contrário: falam de uma vida contra a corrente, de uma vida revolucionária”.
A revolução em questão é a mudança das mentalidades para a construção de uma nova humanidade fiel ao chamado de Deus e fraterna nas relações com o próximo:
“A paz tem que ser construída e, como qualquer construção, requer compromisso, colaboração, paciência”.
O Papa observou que, segundo a Bíblia, a “semente da paz”, em nosso coração, germina do solo da vida e cresce em silêncio, no dia-a-dia, mediante “obras de justiça e de misericórdia”.
“A paz não é alcançada conquistando ou derrotando alguém (…) Todos nós estamos equipados com pensamentos agressivos, um contra o outro, palavras afiadas, e pensamos em nos defender com os arames farpados da lamentação e com os muros de concreto da indiferença”.
Em vez dessa postura, ele convida a “nos abrirmos a Jesus, que é ‘a nossa paz’”, “permanecendo diante de Sua cruz, que é a cátedra da paz; recebendo d’Ele, na confissão, o perdão e a paz. É aqui que começamos, porque ser agentes de paz, ser santos, não é capacidade nossa, são dons, é graça”.
Ao finalizar, ele questionou:
“Somos construtores de paz? Onde vivemos, estudamos e trabalhamos, levamos tensão, palavras que ferem, conversas que envenenam, polêmicas que dividem? Ou abrimos o caminho para a paz, perdoamos aqueles que nos ofenderam, cuidamos daqueles que estão à margem, curamos alguma injustiça ajudando aqueles que têm menos? Isso se chama construir a paz“.