A Coreia do Sul quer sediar a Jornada Mundial da Juventude prevista para o ano de 2027 - a edição imediatamente seguinte à de Lisboa, que acontece em 2023.
O desejo foi manifestado pela Arquidiocese de Seul, cujo arcebispo, dom Peter Chung Soon-taick, explicou uma das motivações mais pungentes para o país:
"Seria uma oportunidade extraordinária para relançar a pastoral juvenil num país que luta com o inverno demográfico e com um sistema educacional dominado pela competitividade".
De fato, a mesma Coreia do Sul que quer sediar a Jornada Mundial da Juventude apresenta hoje uma das taxas de natalidade mais baixas do planeta, com 0,8 filhos por casal. A preocupante diminuição do número de jovens no país repercute em todos os âmbitos - inclusive, naturalmente, na Igreja.
Dom Chung, que confirmou a intenção de apresentar oficialmente a candidatura de Seul para sediar a JMJ 2027, acrescenta:
"Precisamos de um ponto de virada para a pastoral juvenil em Seul e a JMJ é uma ocasião propícia. Apresentamos o projeto aos outros bispos da Coreia, que deram seu apoio. Ainda não há nada decidido. Mas estamos preparando o dossiê para ser enviado à Santa Sé com a nossa candidatura. Pode ser uma excelente oportunidade para reunir os jovens em torno de um projeto que os torna protagonistas. Daria início a um processo. E, após concluído, seria bom compartilhar a nossa experiência com todos. Seria uma oportunidade missionária para compartilhar os valores do Evangelho em nossa sociedade".
A Coreia do Sul enfrenta graves problemas sociais também em decorrência da pressão desmedida pela competitividade e por indicadores de suposto sucesso individual, sobretudo nos resultados acadêmicos e profissionais. Este aspecto, mencionado por dom Chung, pode ser observado no seguinte e pungente artigo sobre o drama de muitos coreanos que morrem sozinhos: