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Espiritualidade
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Pensava que o melhor era morar juntos sem casar, mas descobri que…

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Orfa Astorga - publicado em 10/11/22

Uma jovem veio consultar-se com a terapeuta Orfa Astorga porque o seu parceiro estava a separar-se. Foi aí que ela percebeu coisas importantes

– O meu namorado e eu decidimos ir morar juntos, porque a nossa relação é tão autêntica que pensávamos ser desnecessário sujeitá-la às formalidades do casamento, que para nós é apenas para o reconhecimento social ou para nos sentirmos honrados, o que não é a questão, disse-me uma jovem inteligente que eu atendi no consultório.

– Mas acontece que estamos tendo dificuldades, e mesmo que o meu namorado não aceite ajuda, estou disposta a lutar por uma mudança, acrescentou ela com alguma apreensão.

– Por que considera a sua relação autêntica? – perguntei, orientando o diálogo.

– Simplesmente porque é um amor cheio de sensibilidade, espontaneidade e livre de julgamentos sociais.

Algo não está a funcionar

– No entanto, algo não está a funcionar e…. todo efeito têm uma causa.

– Bem, sim –disse-me ela–, mas penso que o problema não está na nossa relação, mas nas nossas personalidades… O que diz sobre isso?

– Penso que está a agir com a intenção certa, mas com a consciência errada, tentando alcançar o bem pelos meios errados.

– Desculpe-me, mas parece ser o início de um sermão que já ouvi antes, ela defendeu-se

– Obviamente não é um sermão. No entanto, o verdadeiro problema é quando alguém, percebendo o seu erro, mas não o aceita e se justifica, cria assim a sua própria consciência, sem ter em conta a realidade. Depois disso, passa-se de uma ignorância sem culpa, mas que poderia ser superada, para uma ignorância que é realmente culpada.

A vontade iludida

Ocorre que, nas relações amorosas, a inteligência, por um juízo errado, pode enganar a vontade, apresentando espontaneidade, instinto, os sentidos ou sentimentos por si só como a autêntica validação do amor.

KOBIETA, SMUTEK

Ela me disse: – Bem, se estás a falar de tais características humanas… Porque é que elas deveriam ser necessariamente algo mau para se tomar uma decisão livre no amor?

– Não são inerentemente assim –eu disse–, mas no amor, inteligência e vontade devem governar para que, na ordem do bom amor, não simplesmente se imponham, mas decidam livremente aceitar ou rejeitar uma relação, de acordo com a sua verdade, como algo bom ou não.

Descobrindo a verdade do que está a acontecer

– OK, mas como sei que, no nosso caso, o meu parceiro e eu não estamos a decidir sobre algo bom para nós?

– Pense que uma decisão, quanto mais livre, mais responsável; quanto mais voluntária, mais consciente; e quanto mais permanente, menos inconsequente, instável e casual.

– Para ser honesta –ela me disse–, na nossa relação há muita indecisão por parte do meu parceiro…

– Por isso, você deve considerar que o problema reside mais na forma como se relacionam afetivamente do que em outras disfunções da sua personalidade, e que, portanto, é nesta dimensão que deve formar corretamente a sua consciência, a fim de corrigir, de acordo com a verdade. E então já não será necessário justificar os seus problemas.

– Deve ser assim, pois o amor livre, de acordo com a própria consciência, não é o mesmo que a liberdade de amar, dentro de uma consciência corretamente formada perante Deus, e perante os homens.

– Caso contrário, uma relação que tenha nascido com um amor desordenado pode tornar-se fatal, inconsistente, fugaz, instável e arbitrária.

A minha paciente tomou nota, e algum tempo depois tinha convencido o seu parceiro a trabalhar a sua afetividade, a conjugalidade do amor e a preparar-se ao verdadeiro casamento, a fim de tornar a sua relação autêntica, para assim formar uma família.

A consciência é o mais nobre no homem e na mulher, e se a liberdade aponta para a parte mais profunda da sua dignidade, a consciência aponta para o próprio ser da pessoa.

Tags:
CasamentoNamoroPsicologia
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