Deus não olha para o nosso desempenho, mas para o que está no fundo do nosso coração e o que nos move a fazer algo ou não
“Viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo. Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas.”
Lc 21,1-2
Os olhos observadores de Jesus não são simplesmente curiosos; eles são atenciosos. A atenção é a primeira grande característica do introspectivo. Na verdade, os opostos da atenção são a distração e a superficialidade.
A característica da atenção é, antes de tudo, um traço humano que não precisa necessariamente de fé para se desenvolver. O dom da fé ilumina esta forma de atenção, mas não a cria.
Parece que o Evangelho quer dizer-nos que era, antes de tudo, a humanidade de Jesus que funcionava bem, e precisamente sobre este fundamento assentava toda a sua experiência espiritual.
Mas também é interessante levar a sério o que Jesus diz como resultado desse foco dele:
“Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros. Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento.”
Lc 21, 3-4
Jesus capta um detalhe invisível para os outros. Ele percebe algo que ninguém mais pode ver. Jesus vê a pureza de intenção dessa mulher, sua confiança total, sua entrega total nas mãos de Deus.
Parece que esta passagem quer sugerir que investiguemos, acima de tudo, a qualidade de nossas intenções subjacentes. Deus não olha para o nosso desempenho, mas para o que está no fundo do nosso coração e o que nos move a fazer ou não algo.
