A palavra “consolação” é bem conhecida dos grandes santos. Santo Inácio de Loyola, muito amado pelo Papa Francisco, que o citou na catequese de 23 de novembro, usa-o em seus Exercícios Espirituais. No entanto, quando pensamos em consolo, geralmente pensamos em conforto moral, um refúgio de tristeza ou angústia. Mas você sabia que existe um consolo muito mais profundo do que o das emoções: o da alma? Foi precisamente isto que Santa Teresinha procurou ao longo de sua curta vida, deixando-nos com um ensinamento profundamente inspirador.
A verdadeira consolação do cristão está somente em Deus
“A Imitação de Jesus Cristo” define a consolação da seguinte forma:
Portanto, considera, ó minha alma, que não poderás achar consolo pleno e alegria perfeita senão em Deus, que consola os pobres e agasalha os humildes. Não te podes satisfazer bem algum temporal, porque não foste criada para gozá-los.
O consolo do cristão, portanto, está somente em Deus. A busca de todo consolo terreno, embora natural, não pode satisfazer o que a alma precisa. Na realidade, o consolo da alma é frequentemente encontrado quando ela é privada de todo consolo humano. Embora isto possa parecer duro, é esquecendo-nos de nós mesmos que nosso desejo pelo céu cresce, tornando-nos mais ávidos por bens eternos.
Embora muito exigente, este é o ensinamento dado por Santa Teresinha do Menino Jesus, que procurou consolo somente em Cristo, através da oração, aceitando todas as pequenas humilhações e sofrimentos diários. Quando criança, a santa pediu para se distanciar dos consolos terrenos a fim de encontrar refúgio somente na Sagrada Face de Cristo que sofre: “Pedi a Jesus que transformasse todos os consolos da terra em amargura para mim”.
O consolo é obtido através da busca do Espírito Santo
O consolo é de fato o sopro de Deus em nossa alma, enchendo suas velas para melhor mover o barco em direção à meta definida: o céu. E esta respiração só pode ser sentida corretamente se os ventos do mundo forem silenciados. Este sopro é manifestado pelo Espírito Santo. É por isso que o Paraclito é frequentemente referido como o “Consolador”.
Para obter consolo para a alma, devemos, portanto, pedir a Deus o Espírito Santo. Então virão os frutos da consolação, aquela paz interior que o próprio Papa definiu em 23 de novembro como “um movimento íntimo que toca as profundezas do nosso ser”, que permite à alma sentir-se “envolvida pela presença de Deus, de uma forma sempre respeitosa de sua própria liberdade”.
Podemos então tentar, como Santa Teresinha, experimentar esta paz mesmo no sofrimento: “Sofremos em paz… (…) Quem diz paz não diz alegria, ou pelo menos sentiu alegria… Para sofrer em paz, basta querer tudo o que Jesus quer”.
