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Reino Unido: cristãos deixam de ser maioria pela primeira vez na história do censo

Parlamento do Reino Unido, país que perdeu a maioria cristã na década de 2010

Luca Micheli/Unsplash | CC0

J-P Mauro - publicado em 01/12/22

Se a tendência continuar, estima-se que, no censo de 2031, os britânicos sem religião já tenham ultrapassado os cristãos

O último recenseamento do Reino Unido apontou que os cristãos se tornaram minoria nas ilhas britânicas pela primeira vez desde que os registos nacionais começaram a ser feitos, há cerca de 200 anos.

Os cristãos continuam sendo o maior grupo religioso do reino, mas perderam o status de maioria, enquanto praticamente todas as outras religiões experimentaram aumento em seu número de membros.

Os dados do censo, conforme a Catholic Review, mostraram queda de 13,1% na população cristã do Reino Unido ao longo da década considerada no levantamento. Os 33,3 milhões de cristãos que havia em 2011 passaram a ser 27,5 milhões em 2021. A firme maioria cristã de quase 60% dos britânicos, portanto, se reduziu para cerca de 46% no ano passado.

Em forte contraste com estes números decrescentes, os cidadãos que declaram não seguir nenhuma religião aumentaram para 37,2% do total da população do Reino Unido. Se a tendência continuar, estima-se que, no censo de 2031, os britânicos sem religião já tenham ultrapassado os cristãos.

Conhecidos como “none” por conta do termo inglês que significa “nenhuma” [religião, no caso], os britânicos sem filiação religiosa não foram o único grupo a crescer durante a última década no Reino Unido, já que as religiões minoritárias também ganharam força. As comunidades muçulmanas cresceram em quase 800.000 indivíduos, enquanto os hindus aumentaram em 200.000, os sikhs em 100.000 e os judeus em 25.000.

Para o bispo dom Mark Davies, de Shrewsbury, o censo indica um desafio na “tarefa da nova evangelização”. Reiterando a influência dos valores cristãos na fundação da sociedade britânica, ele afirmou:

“Estamos assistindo a um desvio dos nossos ancoradouros cristãos; ao que parece, é mais por inércia do que por convicção. As pessoas não podem viver muito tempo no vácuo, e, se o cristianismo não for redescoberto como a nossa luz orientadora, então a sociedade vai se tornar cada vez mais vulnerável a ideologias passageiras e, muitas vezes, perigosas”.

Por outro lado, verifica-se uma tendência à conversão de padres e prelados anglicanos ao catolicismo no Reino Unido. Confira:

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