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Por que Jesus foi um homem, não uma mulher?

Głowa Chrystusa w koronie cierniowej

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Fernando Cárdenas Lee - publicado em 08/12/22

Um especialista em anjos responde

São Gabriel Arcanjo, trazendo a mensagem da encarnação à Virgem Maria, anuncia que ela dará à luz um filho, a quem dará o nome de Jesus. E São Gabriel continua dizendo que o filho “será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1,31-32).

É inegável que Jesus, na Sagrada Escritura, se apresenta de forma masculina.

Por trás disso está uma decisão divina, um plano de Deus que independe de qualquer influência cultural ou ambiental dos autores bíblicos.

Quando São Gabriel comunica à Virgem Maria que um menino vai encarnar, o que ele está fazendo nada mais é do que transmitir aquele desígnio divino.

Deus se expressa no corpo humano

Deus se revela fazendo-se homem, e isso já nos mostra algo muito grande: o corpo fala de Deus, o corpo humano é capaz de revelar Deus.

E o diabo é tão astuto, tão habilidoso, que ataca o corpo para destruir a forma como Deus se revela.

Por isso existem os movimentos como a ideologia de gênero, o transumanismo, o feminismo radical…

Lembremos que o ser humano é a união entre o corpo material e a alma espiritual; dessa união forma-se uma única natureza, que é a natureza humana.

Por esta razão, diz-se que tanto o corpo quanto a alma são partes essenciais da natureza humana. Isso significa que não se pode falar da existência de um corpo humano se faltar um dos dois.

Sexo, expressão essencial de uma pessoa

O sexo é parte essencial da corporalidade humana. É o que determina o homem ou mulher. Por isso, o sexo não é uma exterioridade secundária ou insignificante, mas uma expressão essencial do ser humano.

Por exemplo: os anjos não têm sexo porque são de natureza totalmente espiritual, não possuem corpo material.

Este papel essencial do sexo é ofuscado por uma mentalidade funcionalista que quer fazer do corpo um mero instrumento que usamos, sem levar em conta o significado que o sexo acarreta, manipulando-o e apresentando-o como algo insignificante e secundário.

A realidade nos mostra que há coisas que só um homem pode fazer por ser homem, e tem coisas que só uma mulher pode fazer por ser mulher.

Isso não significa diminuir um dos dois sexos em detrimento do outro. Significa afirmar que existe uma missão específica para cada sexo e uma igualdade baseada na dignidade humana.

A grande dignidade do ser humano

Deus, ao criar o corpo humano à sua imagem e semelhança, dá a cada pessoa humana a grande dignidade, idêntica para ambos os sexos, para servir de meio à sua automanifestação.

Por isso, João Paulo II, em sua Teologia do Corpo, afirma que o corpo humano, e somente o corpo humano, é capaz de tornar visível o invisível de Deus.

Para isso, Deus se utiliza de toda a realidade humana, inclusive a mais central, que é a diferença entre os sexos masculino e feminino.

Isso nos permite entender por que Deus se torna homem: porque o corpo humano é capaz de permitir a automanifestação de Deus, sendo criado à imagem e semelhança de Deus.

Jesus, esposo que torna visível o Pai

Mas, ao mesmo tempo, Jesus nasce como homem, pois é Emanuel, Deus conosco, o Filho do Altíssimo, como o chamava São Gabriel. Ele é o enviado do Pai e devia representar o Pai, torná-lo visível: “Aquele que me viu viu também o Pai” (Jo 14,9).

Portanto, Jesus é o sacramento do Pai, deve ser um sinal Dele, por isso deve ser masculino e representado como o Esposo.

Na Encíclica sobre a Dignidade da Mulher, João Paulo II expressou:

“O amor de Deus, solícito para com o seu povo, é apresentado como semelhante ao amor de uma mãe: tal como uma mãe, Deus «carregou » a humanidade e, particularmente, o seu povo escolhido no próprio seio, deu-o à luz na dor, nutriu-o e consolou-o (cf. Is 42, 14; 46, 3-4). O amor de Deus é apresentado em muitos trechos como amor « masculino » de esposo e pai (cf. Os 11, 1-4; Jer 3, 4-19), mas, às vezes, também como amor a feminino » de mãe.

(…)

Cristo é o Esposo. Nisto se exprime a verdade sobre o amor de Deus que « foi o primeiro a nos amar » (1 Jo 4, 19) e que com o dom gerado por este amor esponsal pelo homem superou todas as expectativas humanas: « amou até o fim » (Jo 13, 1). O Esposo — o Filho consubstancial ao Pai enquanto Deus — tornou-se filho de Maria, « filho do homem », verdadeiro homem, do sexo masculino. O símbolo do Esposo é de gênero masculino.

Por isso, o anjo disse a Maria:

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” Respondeu-lhe o anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus”.

Lc 1,31-35

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