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Brasileira mártir em 1982, beatificada neste sábado, 10

Isabel Cristina Mrad Campos, mártir brasileira da castidade

Bastião Já Sabe, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Francisco Vêneto - publicado em 09/12/22

O agressor a golpeou com uma cadeirada na cabeça, amarrou-a, pôs-lhe uma mordaça e rasgou sua roupa. Isabel não cedia. O bandido a matou então com nada menos que 15 facadas.

Isabel Cristina Mrad Campos é uma brasileira que sofreu o martírio em plena década de 1980: ela foi assassinada enquanto defendia com heroísmo a sua castidade durante uma covarde tentativa de estupro em 1982.

Agora, Isabel é oficialmente venerada como beata pela Igreja Católica.

A cerimônia de beatificação aconteceu neste sábado, 10 de dezembro, em Barbacena, MG, presidida pelo cardeal dom Raymundo Damasceno Assis.

A cerimônia de beatificação foi transmitida ao vivo, a partir das 10h da manhã, pela Rede Vida e pelos canais da Arquidiocese de Mariana e da Paróquia de Piedade no YouTube. As informações são da própria arquidiocese.

Quem é a beata Isabel Cristina Mrad Campos

Filha do casal católico José Mendes Campos e Helena Mrad Campos, Isabel nasceu em 29 de julho de 1962 em Barbacena e, segundo depoimentos divulgados pela arquidiocese de Mariana, era “sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina”.

Assídua na Santa Missa e na recepção dos sacramentos, Isabel participou, quando adolescente, da Associação de Voluntariado das Conferências de São Vicente, de cujo conselho central em Barbacena o seu pai era presidente.

Em 1982, foi fazer um curso pré-vestibular em Juiz de Fora, esperando ser aprovada na faculdade de medicina: tinha o sonho de tornar-se pediatra para atender especialmente as crianças pobres. Na cidade, frequentava a igreja do Cenáculo, onde fazia adoração ao Santíssimo Sacramento solenemente exposto.

Foi naquele mesmo ano que, em 1º de setembro, Isabel foi vítima de um covarde criminoso contratado para montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde a jovem estava se mudando juntamente com o irmão, Paulo Roberto. O bandido tentou estuprá-la, enquanto Isabel resistia heroicamente para preservar a sua castidade. O agressor golpeou a jovem com uma cadeirada na cabeça. Em seguida, amarrou-a, pôs-lhe uma mordaça e rasgou sua roupa. Mesmo assim, Isabel não cedia. O bandido a matou então com nada menos que 15 facadas.

De acordo com a arquidiocese de Mariana, foram os fiéis que “tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua beatificação”, o que se concretizou em 2001.

Em 2020, o Papa Francisco reconheceu o martírio da serva de Deus. A beatificação, no entanto, precisou ser adiada devido à pandemia de covid-19.

Outras mártires brasileiras da pureza

Situação semelhante à de Isabel ocorreu com a serva de Deus Benigna Cardoso da Silva, cujo martírio aos 14 anos, também decorrente da sua resistência contra um agressor sexual, foi reconhecido pelo Papa Francisco em outubro de 2019. Sua beatificação, igualmente postergada pela emergência sanitária, será finalmente celebrada em outubro deste ano.

Uma das mais conhecidas e veneradas mártires brasileiras que se sacrificaram para defender a pureza é a beata Albertina Berkenbrock, comparada com Santa Maria Goretti porque também foi morta muito jovem, em 1931, enquanto resistia a uma tentativa de estupro. Albertina tinha apenas 12 anos de idade.

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