O pe. José Eduardo Oliveira compartilhou em sua rede social um comentário em que defende que a política mundial pode ser transformada pelo engajamento de minorias pacíficas, desde que resistentes e insistentes. Como base para esta afirmação, ele menciona os estudos de alguns pesquisadores.
Confira o comentário do sacerdote brasileiro:
"Há alguns anos, li um estudo de Erica Chenoweth no qual ela afirma que minorias pacíficas, mas resistentes e insistentes, conseguem mudar a política mundial. Ela apontava como número chave o mínimo de 3,5% da população de um determinado país.
Obviamente, o estudo apenas apresentava o dado sociológica e estatísticamente tomado, mas ele tem causas filosóficas muito profundas.
Como demonstrou Solomon Asch, a mentira, para prevalecer mediante a influência interpessoal, precisa da hegemonia. É justamente a unanimidade que inibe o sujeito e o induz a conformar-se com a opinião dominante, baixando as resistências psicológicas que lhe fazem reprimir a sua própria percepção.
Ora, os estudos de Asch comprovam que a mentira não tem uma força intrínseca, mas apenas uma força exterior, que lhe confere legitimidade, mas não veracidade".
O padre prosseguiu:
"A verdade, pelo contrário, se impõe por sua própria força, pelo poder persuasivo que intrinsecamente possui. Daí não precisar senão de uma pequena massa crítica, a qual é suficiente para retirar a totalidade das pessoas do sequestro de uma minoria mentirosa.
É justamente a força intrínseca da verdade, que segundo Tomás de Aquino é a maior força que move o mundo (cf. Quæstiones Quoadlibetales, XII,13), que faz com que uma minoria que tem razão prevaleça quando está realmente imbuída dela".
Concluindo, ele enfatizou que a qualidade da verdade é mais decisiva que a quantidade de manifestações para se mudar a política mundial:
"Não basta o número, é preciso a qualidade: enquanto houver homens empoderados pela verdade e dispostos a perseverar firmemente nela, a mentira jamais prevalecerá. E, acerca disso, disse Nosso Senhor: 'as portas do hades', isto é, da morte, da mentira, do inferno, 'não prevalecerão'.
Ele nos garantiu, portanto, que sempre haverá filhos da verdade que vencerão, nessa terra, o pai da mentira, isto é, o diabo. E, também acerca disso, disse Nossa Senhora, em Fátima: 'Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará'".