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Ditadura da Nicarágua divulga foto de bispo preso há 4 meses

DOM ROLANDO ALVAREZ, BISPO DE MATAGALPA, NICARAGUA

JUDICIAL CENTRAL MANAGUA

Bispo foi condenado a 26 anos de prisão

Pablo Cesio - publicado em 15/12/22

Regime de Ortega acusa o religioso de dois crimes

Sentado em uma cadeira, com uma camisa azul, mais magro e abatido: assim aparece o bispo da diocese de Matagalpa, monsenhor Rolando Álvarez, em foto divulgada pelo regime de Daniel Ortega após 116 dias de “prisão domiciliar” do religioso.

Segundo meios de comunicação locais como o La Prensa, o regime – por meio do Ministério Público – acusou Álvarez “pelos crimes de conspiração para atentar contra a integridade nacional e propagação de notícias falsas em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense”.

Álvarez, que recentemente completou 56 anos, é o primeiro bispo preso e acusado desde que Daniel Ortega voltou ao poder na Nicarágua, em 2007.

A prisão de Álvarez, que também é administrador apostólico da Diocese de Estelí, ocorreu em 19 de agosto, quando a Polícia de Ortega invadiu a cúria episcopal onde ele estava hospedado com um grupo de padres e leigos. Alguns deles também estão detidos.

“Infame”

O coletivo de Direitos Humanos da Nicarágua (“Nunca más”) repudiou a prisão do bispo e afirmou que a acusação a ele imputada é “infame” .

“Bispos e padres têm sido alvo de ataques desde 2018, quando foram espancados e forçados ao exílio, como o monsenhor Silvio Báez, o padre Edwing Román e outros padres, enquanto outros religiosos foram condenados ou estão presos aguardando julgamento com falsas acusações. Exigimos o fim dessas graves violações dos direitos humanos, particularmente da liberdade religiosa, que visam silenciar, prender, exilar ou enterrar um povo que merece liberdade, verdade e justiça”, afirma o coletivo.

Assédio e prisão de vários padres em poucos meses

Na Nicarágua, persiste desde junho o clima de tensão máxima contra a Igreja, que Ortega descreveu como uma “ditadura perfeita”.

A mesma situação preocupante em relação a Álvarez ocorre com os padres e leigos que acompanharam o bispo quando ele esteve isolado na cúria episcopal, pois eles também são acusados ​​de “conspiração” e “propagação de notícias falsas”.

No domingo, 11 de dezembro, foi noticiado o “sequestro” de dois jornalistas também ligados à Diocese de Matagalpa.

Mas a lista de membros ligados à Igreja presos no primeiro semestre de 2022 era maior (11 em menos de seis meses, relembrou um reportagem do site Confidencial ).

Tudo isso acontece em meio a episódios que aguçaram a perseguição contra a Igreja na Nicarágua. Entre eles, a saída do país, em março, do núncio apostólico Waldemar Sommertag e a  expulsão das Missionárias da Caridade de Madre Teresa de Calcutá, em julho. Além disso houve proibição de famosas procissões religiosas (Virgem de Fátima, São Miguel Arcanjo e São Jerônimo, entre outras).

Clique aqui para entender os motivos da perseguição aos católicos no país.

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IgrejaPerseguição
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