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Você já conhece ou usa o “Escapulário do Carmo”?

BROWN SCAPULAR

Luis Echeverri Urrea | Shutterstock

Vanderlei de Lima - publicado em 18/12/22

O grande bem espiritual – ou mesmo físico – realizado por Deus, pela intercessão de Nossa Senhora, através do “Escapulário do Carmo”, foi tão grande que essa devoção logo se expandiu

Este artigo deseja, de modo sintético, expor a difundida devoção mariana do “Escapulário do Carmo”.

Ele é uma peça com dois pedaços de pano marrom ligados entre si por uma fita (mais ou menos larga) que vai sobre os ombros de quem o usa. Graças a essa fita um dos panos fica sobre o peito e outro sobre as costas. O nome Escapulário vem de escápula (ou omoplata), osso achatado e triangular, localizado na parte superior das costas, cuja função é estabilizar e auxiliar a movimentação dos ombros. 

Dito isso, pergunta-se: como surgiu e se difundiu o “Escapulário do Carmo”? – A história diz que, no século XIII, São Simão Stock, sexto superior geral dos carmelitas (ordem religiosa colocada sob a proteção de Nossa Senhora do Carmo ou do Monte Carmelo), em meio a grandes provações, teve uma visão. Nela, a Virgem Maria, com o menino Jesus no braço, lhe entregava o Escapulário e dizia: “Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele, será preservado do fogo eterno” (Plinio Maria Solimeo. A grande promessa de salvação: o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. São Paulo: Artpress, 2000, p. 27).

O grande bem espiritual – ou mesmo físico – realizado por Deus, pela intercessão de Nossa Senhora, através do “Escapulário do Carmo”, foi tão grande que essa devoção logo se expandiu. Tal expansão levou a Igreja a conceder aos que o usam o chamado “privilégio sabatino”. Sobre ele, escreve o Papa Paulo V: “É permitido pregar… que, após a morte, a Santíssima Virgem socorrerá, com a Sua contínua intercessão, com os Seus sufrágios e méritos e com a Sua especial proteção, sobretudo no sábado, dia particularmente consagrado pela Igreja à mesma Santíssima Virgem Maria as almas dos irmãos e irmãs da Confraria da Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo que, durante a vida, tiverem usado o hábito [Escapulário], guardando a castidade segundo o estado, e recitado o Ofício Menor [ou as orações indicadas pelo sacerdote que o impôs]… ou, não sabendo recitar o Ofício, tiverem observado os jejuns da Igreja e guardado a abstinência de carne nas quartas-feiras e sábados (a menos que quaisquer destes dias coincida com a festa do Natal)” (idem, 35-36).

Este privilégio foi estendido aos fiéis em geral. Note-se, porém, que não basta usar o Escapulário por usar. Ele tem de ser (ao menos o primeiro) bento e imposto por um sacerdote católico. Mais: quem o usa há de viver uma vida piedosa, casta e rezar diariamente para merecer o privilégio prometido. O escapulário deve ser de lã, na cor marrom (ou preta), e pode ser protegida por plástico (concessão do Papa Pio XI em 1925), como muito se vê nos nossos dias. Ainda: quem já recebeu o escapulário de lã, pode substitui-lo pela chamada “medalha-escapulário” (concessão do Papa São Pio X em 1910), que tenha, de um lado, o Sagrado Coração de Jesus, e, de outro, a Santíssima Virgem, mas esta – ao contrário do Escapulário – deve ser benta cada vez que for trocada.

A título de ilustração, citamos o seguinte fato prodigioso envolvendo o Escapulário: “Na madrugada de 9 de junho de 1948, um terrível incêndio atingiu um dos pavilhões do Hospital São Pedro, em Porto Alegre. Destruindo-o, apesar dos esforços dos bombeiros, ameaçava atingir os outros pavilhões. A Irmã Filipina, que estava no pavilhão de Tisiologia – um dos mais ameaçados –, tirou o Escapulário e arremessou-o contra o fogo, dizendo: ‘Nossa Senhora, apagai este incêndio’. Imediatamente o fogo foi cessando, deixando intacto o referido pavilhão” (ibidem, p. 60).

Adquira, pois, o seu Escapulário, leve-o para ser abençoado e imposto por um sacerdote. Use-o, de modo consciente, como um sacramental (objeto bento pela Igreja) a ajudá-lo(la), com a graça de Deus, nos grandes embates da vida. 

Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld

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DevoçãoMariaMilagreSacramentais
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