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Montiel: do fundo do poço ao título de campeão da Copa do Mundo

ARGENTINA

@gonzalo_montiel29

Esteban Pittaro - publicado em 21/12/22

A dura e inspiradora história de Gonzalo Ariel Montiel, o jogador que reza antes de cada jogo e que ajudou a Argentina a conquistar o mundial no Catar

Gonzalo Ariel Montiel acaba de sagrar-se campeão mundial de futebol com a Argentina. Foi justamente ele, numa partida definida nos pênaltis, o encarregado de gerar o grito de alívio de um país inteiro. Foi depois do chute dele, daquele último gol, que a Argentina ergueu a Copa do Mundo 2022 no Catar.

Montiel joga atualmente no Sevilla FC (Espanha), mas teve uma jornada ascendente no River Plate, onde atuou antes de ir para a Europa.

Na vida pessoal, enfrentou a perda de um de seus melhores amigos devido a uma infecção intra-hospitalar após uma pequena cirurgia. Também perdeu outros dois colegas, vítimas de violência.

Infância

Em decorrência da violência no bairro onde vivia quando criança, ele também perdeu seu querido avô aos 7 anos de idade. Montiel vendia frutas com ele em uma carroça puxada por cavalos. Um vizinho assassinou o avô após uma discussão sobre o latido de um cachorro.

Filho de pai pedreiro e mãe trabalhadora doméstica, Gonzalo Montiel foi criado em Virrey del Pino, distrito de La Matanza – uma das áreas mais pobres e perigosas da grande Buenos Aires.

Porém, por sua concentração e dedicação aos treinos, sua comissão técnica sempre o considerou um “alemão”, ou seja, sério como os jogadores mais veteranos do plantel.

Durante anos, morou em uma pensão para não ter que viajar cinco horas por dia de transporte público para ir treinar, já que sua família não podia pagar a passagem.

Versatilidade

Na vida, Montiel se adaptou a tudo e superou todo tipo de dificuldade. E no campo também.

Por sua versatilidade, seu ex-técnico Gallardo certa vez o definiu como um “bombeiro”, já que apagava qualquer “incêndio” e jogava onde era solicitado. E, na final da Copa do Catar, ele também voltou a ser esse “bombeiro”.

A maturidade para o futebol já foi vislumbrada na estreia na Primeira Divisão. Foi em abril de 2016, quando a pressão do Monumental não pesava nada sobre ele, que dava sinais de ser experiente, apesar dos 19 anos.

Montiel reza antes de todos os jogos. Como confessou em entrevista ao El Gráfico, não reza para vencer; pede para que “nada [de ruim] lhes aconteça” e agradece: “Mais do que tudo, eu dou graças por estar no lugar que estou”.

Gonzalo “Cachete” Montiel costuma ser um jogador tranquilo. Não era de dar muitas entrevistas quando estava na Argentina. Ele até prometeu, após a morte de seu avô, não falar até que estreasse na primeira divisão.

Há alguns anos, a promessa do futebol argentino se consolidou. Um esporte atingido e ferido por corrupção e excessos, mas que de tempos em tempos oferece oportunidades para que as crianças, com cuidado e esforço, aspirem a uma vida melhor. 

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