No Rito Romano da Igreja Católica, tornou-se habitual recitar ou cantar uma proclamação especial do nascimento de Jesus na Missa da noite de Natal. A proclamação resume a história da salvação e colocando o nascimento de Jesus no contexto de vários acontecimentos históricos.
A proclamação começa com a criação do mundo e vai percorrendo grandes acontecimentos bíblicos e do mundo romano em que Jesus nasceu.
O texto vem do Martirológio Romano, que é o catálogo oficial de datas e celebrações litúrgicas do Rito Romano. A Igreja tem utilizado um martirológio desde pelo menos o século IV e o vem expandindo para incluir os novos santos e festas.
A proclamação de Natal pode ser usada como uma bela meditação sobre a realidade do nascimento de Cristo na história do mundo:
Vinte e cinco de dezembro. Décima-nona lua.
Tendo transcorrido muitos séculos desde a criação do mundo, quando no princípio Deus tinha criado o céu e a terra e tinha feito o homem à sua imagem; e muitos séculos de quando, depois do dilúvio, o Altíssimo tinha feito resplandecer o arco-íris, sinal da Aliança e da Paz;
Vinte e um séculos depois da partida de Abraão, nosso pai na fé, de Ur dos Caldeus;
Treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés;
Cerca de mil anos depois da unção de Davi como rei de Israel;
Na sexagésima quinta semana, segundo a profecia de Daniel;
Na época da centésima nonagésima quarta Olimpíada;
No ano setecentos e cinquenta e dois da fundação da cidade de Roma;
No quadragésimo segundo ano do Império de César Otaviano Augusto;
Quando em todo o mundo reinava a paz, Jesus Cristo, Deus Eterno e Filho do Eterno Pai, querendo santificar o mundo com a sua vinda, tendo sido concebido por obra do Espírito Santo, tendo transcorrido nove meses, nasce em Belém da Judeia da Virgem Maria, feito homem:
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.