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Oração é adoração: para sermos nós mesmos, precisamos dela

Oração e adoração

JEFFREY BRUNO

Peter Cameron - publicado em 26/12/22

A Eucaristia proporciona ao homem deixar-se enriquecer de dons de Deus

Dostoievski escreveu que “a lei da existência humana consiste apenas em tornar possível a cada ser humano curvar-se perante o infinitamente grande; se uma pessoa fosse privada do infinitamente grande, recusaria continuar vivendo e morreria de desespero”. Para sermos nós mesmos, precisamos adorar. O Catecismo (nº 347) nos diz que a própria criação foi moldada “para o culto e adoração de Deus. A adoração está inscrita na ordem da criação”.

A adoração nos dá uma perspectiva realista da vida. “A adoração do único Deus liberta o homem de ceder a si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo” (Catecismo, nº 2097). A natureza humana foi feita de tal forma “que precisa de algo sagrado que possa adorar, pois, do contrário, se restringe e se distorce, e, venerando outra coisa em vez do sagrado” (A. Delp).

Como adoramos? A adoração começa com a adoção de um estado de espírito piedoso. “Adorar significa aceitar que nada de finito pode ser o meu objetivo ou determinar a direção da minha vida, mas que eu próprio devo ir além de todos os objetivos possíveis” (J. Ratzinger). A adoração, diz São João Paulo II, “não consiste principalmente em expressar pensamentos e sentimentos humanos, mas em ouvir a Palavra divina para conhecê-la, assimilá-la e praticá-la na vida quotidiana”.

A forma essencial do culto cristão é a Eucaristia, a ação de graças:

Nesta forma de culto, as realizações humanas não são colocadas perante Deus. Pelo contrário, a Eucaristia consiste em o homem deixar-se dotar de dons. Glorificamos a Deus ao nos deixarmos dotar dos próprios dons de Deus e assim reconhecê-lo como o único Senhor. Veneramo-lo abandonando a ficção de que poderíamos encarar a Deus como parceiros comerciais independentes, quando, na verdade, só podemos existir nele e a partir dele.

Ao adorarmos desta forma, cumprimos o propósito principal da vida, que é “aumentar, de acordo com a nossa capacidade, o nosso conhecimento de Deus por todos os meios de que dispomos e ser assim movidos a louvar e agradecer – a fazer como dizemos no Glória: adoramos-te” (J.R.R. Tolkien).

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