Um incêndio de grandes proporções atingiu uma mercearia no município de Sinop, no estado de Mato Grosso. O fogo consumiu praticamente todo o mercado, mas não danificou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que estava sobre uma prateleira.
O incêndio ocorreu no primeiro dia de 2023 e, desde então, a foto que mostra Nossa Senhora em meio à fumaça e aos estragos tem chamado a atenção nas redes sociais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas chegaram a cinco metros de altura e destruíram o estabelecimento, deixando a estrutura do prédio comprometida. O teto sobre a gôndola onde estava a estátua da padroeira do Brasil cedeu, mas a imagem permaneceu de pé.
Graças a Deus, ninguém ficou ferido durante o incêndio.
Outros casos
No Brasil, também chamaram a atenção outras imagens de Nossa Senhora que estavam em locais e veículos atingidos pelo fogo e não foram danificadas. Em julho de 2022, uma carreta carregada com fardos de algodão pegou fogo na rodovia federal 267 em Bataguassu, Mato Grosso do Sul. As chamas consumiram grande parte da carroceria, mas um painel com a imagem de Nossa Senhora Aparecida ficou intacto.
Já em janeiro do ano passado, no Paraná, outro caminhão pegou fogo. De forma análoga, a lona com a imagem da padroeira do Brasil na carroceria também não foi atingida pelas chamas.
Milagre?
Como a Igreja explica eventos como esses?
Não se pode falar tecnicamente em milagre quando existem explicações científicas plausíveis para um acontecimento, como parece ocorrer em casos como os já relatados, em que uma gama de variáveis é capaz de explicar por que um fenômeno natural, apesar de ter potencial catastrófico, pode ter deixado uma imagem de Maria intacta em meio a grandes estragos.
O uso do termo “milagre” é comum diante de fenômenos que parecem sobrenaturais: na grande maioria dos casos, porém, o uso dessa palavra é bem intencionado, mas, como termo técnico, é precipitado e equivocado.
Milagres são fenômenos cientificamente inexplicáveis que contradizem as regras da natureza conforme as conhecemos. Para que algum fenômeno possa ser oficialmente declarado como de caráter sobrenatural por parte da Igreja, são necessários prudentes e detalhados estudos. A Igreja segue critérios científicos bastante rígidos para afirmar algum milagre.
Os milagres de cura, por exemplo, chegam a demorar décadas até serem reconhecidos. Os fatos precisam ser cuidadosamente estudados por médicos, revisados por cientistas (na maioria dos casos, laicos e até mesmo ateus), expostos às críticas públicas e, só depois de feitos todos os estudos científicos, a própria Igreja faz a análise teológica mediante o trabalho das suas comissões de especialistas em teologia.