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Arcebispo Gänswein revela como foram os últimos dias de Bento XVI

GANSWEIN
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I. Media - publicado em 05/01/23
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"Graças a Deus, a agonia não durou muito", disse o secretário de Bento XVI sobre os últimos instantes do Papa Emérito antes de partir para a eternidade

Colaborador de Joseph Ratzinger desde 1996 e seu secretário particular de 2003 a 2022, o arcebispo Georg Gänswein foi um dos mais próximos do Papa Emérito em seus últimos dias. Em entrevista ao Vatican News em 4 de janeiro de 2023, ele contou como foi a última semana do Papa Bento XVI.

O secretário explicou que foi à Alemanha em 26 de dezembro para visitar sua família. Na manhã seguinte, uma das leigas consagradas do Mosteiro Mater Ecclesiae telefonou-lhe para lhe dizer que Bento XVI havia passado uma noite muito ruim e que o Dr. Patrizio Polisca, cardiologista italiano que cuidava do pontífice emérito, havia chegado.

O arcebispo Gänswein decidiu voltar para Roma. Ele chegou ao Mosteiro Mater Ecclesiae à 1h do dia 28 de dezembro. “Fui imediatamente para a cama dele e fiquei com medo, pois ele estava respirando muito forte”, revelou o secretário.

Pela manhã, ele ligou para o Papa Francisco para avisá-lo da situação do Papa Emérito. Este foi o dia em que o Papa alertou o mundo, durante a audiência de quarta-feira, que Bento XVI estava muito doente

Logo após a audiência, Francisco foi abençoar seu antecessor. O resto do dia foi “difícil”, disse o arcebispo Gänswein, mas na manhã seguinte, “contra todas as probabilidades”, a saúde do pontífice emérito melhorou, sem que o médico pudesse explicar.

No entanto, a situação voltou a piorar e o arcebispo Gänswein decidiu dar a Bento XVI a Unção dos Enfermos. Em seguida, uma Missa foi celebrada em seu quarto enquanto ele estava na cama. Bento XVI comungou, recebendo apenas o sangue de Cristo com uma colher litúrgica porque não conseguia comer “há dois dias”.

A última noite do Papa alemão, de 30 a 31 de dezembro, “correu muito bem”, explicou seu secretário. Foi nesta noite que o Pontífice Emérito disse “Senhor, eu te amo” em italiano a um enfermeiro, entre 2h50 e 3h10.

Então chegou a manhã e “em três horas” ele estava muito debilitado, diz o arcebispo Gänswein. “Graças a Deus, a agonia não durou tanto, uns bons três quartos de hora”, antes de passar para a eternidade, às 9h34.

Na entrevista, o arcebispo alemão também falou sobre sua relação pessoal com Bento XVI, dizendo que ele viveu uma verdadeira “Via Crucis” ao seu lado nos últimos dias. Mas Gänswein diz que se lembra, acima de tudo, de sua “alegria” e está feliz que os “profundos tesouros” que Bento XVI deixa como legado serão descobertos por muitos.

O Vatican News em inglês apresenta mais detalhes dos últimos dias e reflexões do arcebispo, aqui.