Preto ou roxo: essas são as cores comuns para representar o luto na liturgia católica. Sinais de morte e de penitência, manifestam a oração e a dor da Igreja que confia os seus mortos ao Senhor.
Mas, recentemente, o Povo de Deus apresentou ao Senhor o seu falecido pontífice Bento XVI, que estava com vestes vermelhas. Ele não foi o único: todos os papas desde Paulo VI foram sepultados de vermelho. Antes, as fotos em preto e branco deixavam o mistério pairar.
A escolha não é aleatória. A tradição bizantina, ainda hoje, celebra o funeral de vermelho. Além disso, na maioria das liturgias orientais, o roxo não existe.
E o vermelho tem uma simbologia: lembra os primeiros mártires, que derramaram seu sangue para dar testemunho do amor infinito de Jesus - o primeiro a derramar seu sangue pela salvação dos pecadores.
Cor dos apóstolos e mártires
O vermelho, por isso, é também a cor dos apóstolos e de Pedro, seu líder.
Cor do martírio, mas também do Espírito Santo. Este dom de Deus, que personifica o amor infinito que une o Pai e o Filho, foi dado plenamente à Igreja por meio dos doze apóstolos. Desde o Pentecostes, é este mestre interior que conduz o rebanho dos fiéis ao pastor eterno.
Enfim, o vermelho recorda-nos a missão de cada Papa: testemunhar, pelo dom do Espírito Santo, o amor infinito ao qual cada homem é chamado. Uma missão outrora confiada a Pedro e, hoje, a seu sucessor e a todos os bispos.

