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Direto do Vaticano: Papa convida missionários a serem “mártires do diálogo”

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Antoine Mekary | ALETEIA

I. Media - publicado em 25/01/23

Seu Boletim Direto do Vaticano de 25 de janeiro de 2023
  1. Papa convida os missionários a serem “mártires do diálogo”
  2. O Papa Francisco aceita a renúncia do presidente da “escola para núncios”
  3. Bispos do Regional Norte1 da CNBB: indignação e profunda solidariedade ao Povo Yanomami

1Papa convida os missionários a serem “mártires do diálogo”

Por Hugues Lefèvre: “Convido vocês a se colocarem na escola desses mártires do diálogo”, disse o Papa Francisco aos seminaristas do Pontifício Colégio Urbano de Roma, em 21 de janeiro. Ele ressaltou que a Igreja é chamada a uma conversão pastoral e missionária, “também na formação dos futuros sacerdotes”.

O Papa Francisco falou aos 155 alunos do Pontifício Colégio Urbano de Roma, um dos seminários mais antigos de Roma. Fundado em 1627 pelo Papa Urbano VIII, o colégio é o principal seminário do dicastério para a evangelização dos povos. Este ano, recebe 78 estudantes da África, 69 da Ásia, 2 da Europa, 5 da Oceania e um da América.

O pontífice argentino começou encorajando-os a ter a “coragem da autenticidade”, convidando-os a “deixar as máscaras” que dão a impressão de serem “perfeitos” e a preferir “sinceridade e humildade de coração”. Ele então enfatizou que um missionário é credível “não por causa de um código de vestuário ou uma atitude exterior, mas por causa de um estilo de simplicidade e sinceridade”.

Numa segunda etapa, o Papa pediu aos seminaristas que cultivassem “a capacidade de sair de si mesmos”, aproveitando, por exemplo, a abertura ao mundo oferecida pelo colégio urbano para “viver o desafio da fraternidade sem medo”. “Nosso mundo e também a Igreja precisam de testemunhas de fraternidade: que assim seja, mesmo de vez em quando, quando vocês retornarem às suas dioceses e países, muitas vezes marcados por divisões e conflitos”, disse.

Em conclusão, ele insistiu no fato de que o “discípulo missionário” deve estar aberto ao diálogo, começando por aquele com Deus, “em oração, que é também um êxodo de nosso ego para recebê-lo”. E depois ao “diálogo fraterno, em uma abertura radical para o outro”. Este compromisso total, às vezes “contra a corrente”, pode ir, segundo ele, até o martírio.

2O Papa Francisco aceita a renúncia do presidente da “escola para núncios”

Por Camille Dalmas: O Papa Francisco aceitou a renúncia do Bispo Joseph Marino, presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica, instituição de treinamento para núncios apostólicos, em 23 de janeiro de 2023. O pontífice ainda não nomeou um sucessor para o bispo americano, que dirige a escola desde 2019.

Em uma declaração anunciando a notícia, a Sala de Imprensa da Santa Sé salientou que esta demissão antecipada, no 70º aniversário do diplomata, está de acordo com o Artigo 20 do Regulamento das Representações Pontifícias. Embora a idade da aposentadoria canônica seja fixada em 75 anos, este regulamento permite que qualquer diplomata se beneficie de uma aposentadoria antecipada a partir dos 70 anos de idade.

Entretanto, as renúncias antecipadas são raras entre os núncios apostólicos. No motu proprio “Imparare a congedarsi”, publicado em 2018, o Papa Francisco pôs um fim à aposentadoria automática para os altos funcionários da Cúria, incluindo os núncios, que deveriam permanecer no cargo pelo tempo que o pontífice considerasse necessário.

Não é raro que os núncios permaneçam além dos 75 anos regulamentares: este é o caso, por exemplo, do núncio francês nos Estados Unidos, Christophe Pierre, que tem 76 anos, ou do Cardeal Mario Zenari (77), núncio na Síria desde 2008.

A escola diplomática mais antiga do mundo

A Pontifícia Academia Eclesiástica é a escola de diplomatas mais antiga do mundo. Fundada em 1701, foi reformada muitas vezes pelos papas e em 1939 foi colocada sob a autoridade da Secretaria de Estado, que ainda administra toda a diplomacia da Santa Sé.

3Bispos do Regional Norte1 da CNBB: indignação e profunda solidariedade ao Povo Yanomami

Por Padre Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 (via Vatican News): Os Bispos se mostram “estarrecidos e profundamente indignados, estamos vendo as imagens dos corpos esqueléticos de crianças e adultos do Povo Yanomami no Estado de Roraima, resultado das ações genocidas e ecocidas do Governo Federal anterior, que liberou as terras indígenas já homologadas para o garimpo ilegal e a extração de madeira, que destroem a floresta, contaminam as águas e os rios, geram doenças, fome e morte. Mais de 570 crianças já perderam a vida”.

A Terra Indígena Yanomami (TIY) é a mais extensa terra indígena no Brasil com cerca de 9 milhões de hectares, sendo habitada por cerca de 28.000 indígenas Yanomami, falantes de 6 línguas distintas e divididos em mais de 300 comunidades além de grupos indígenas em isolamento.

O garimpo ilegal, com uma presença estimada de cerca de 20.000 garimpeiros, associados a organizações criminosas que configuram o chamado “narco-garimpo”, envolvidos em tráfico de drogas, de armas e lavagem de dinheiro, que contam com a cumplicidade de funcionários públicos e o apoio de uma parcela das elites locais, empresários e políticos, mantêm uma relação com a floresta marcada pelo extrativismo predatório.

Trata-se de uma atividade que afeta a 273 aldeias yanomami, uma situação ainda mais agravada pelo desmonte das ações de saúde junto às comunidades Yanomami. As consequências do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é a devastação ambiental, a destruição das comunidades indígenas, o desequilíbrio da economia indígena que permite sua sobrevivência, o agravamento da situação sanitária, até o ponto de que comunidades que vivem no meio da floresta amazônica, estão sem atendimento de saúde, são milhares de indígenas abandonados sem qualquer assistência num momento de explosão exponencial de doenças provocadas também pela presença dos garimpos, uma situação que atinge sobretudo às crianças e às pessoas idosas, que sucumbem por doenças que tem tratamento.

Diante de uma situação de colapso sanitário, o atual governo brasileiro declarou no dia 20 de janeiro de 2023 a emergência em saúde pública no território Yanomami. O Governo Federal montou uma força-tarefa para avaliar a tragédia na Terra Indígena Yanomami, visitando as regiões mais afetadas para montar um plano de ação e tentar evitar mais mortes.

Os Bispos do Regional Norte1 têm manifestado sua “profunda solidariedade ao Povo Yanomami, às famílias que perderam seus filhos e adultos, aos tuxauas e lideranças”. Junto com isso, eles dizem se colocar “ao lado dos missionários e missionárias da Igreja de Roraima e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que há tempo vem denunciando a invasão do território yanomami e suas trágicas consequências”.

O Regional Norte1 da CNBB apoia “as decisões corajosas do Presidente da República e vários ministros, ministras e assessores que visitaram a região, tomando as medidas necessárias e urgentes para expulsar os invasores e salvar muitas vidas de pessoas à beira da morte”, segundo a nota.

Citando as palavras da Querida Amazônia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazônia, onde eles participaram como padres sinodais, a nota diz que “estamos diante de mais uma situação em que se repete o que foi denunciado pelo Papa Francisco na Querida Amazônia: ‘os povos nativos viram muitas vezes, impotentes, a destruição do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se, curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava identidade e sentido’ (QA 13)”.

Movidos pela esperança, os Bispos suplicam “a Deus Pai, Defensor dos pobres e oprimidos, que proteja o Povo Yanomami a todas as pessoas que lutam para defender seus direitos”. Igualmente, eles pedem a intercessão pelos Yanomami de “Maria, Mãe da Amazônia e Mãe dos Povos Indígenas”.

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