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Direto do Vaticano: Castel Gandolfo vai se tornar um lugar de formação em ecologia integral

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TIZIANA FABI | AFP

I. Media - publicado em 06/02/23

Seu Boletim Direto do Vaticano de 3 de fevereiro de 2023
  1. Castel Gandolfo vai se tornar um lugar de formação em ecologia integral
  2. Papa convida jovens congoleses a se levantarem contra a corrupção e o tribalismo
  3. Francisco encoraja os estudantes congoleses a colocar o amor no centro de seu discernimento sobre seu futuro

1Castel Gandolfo vai se tornar um lugar de formação em ecologia integral

Por Cyprien Viet – O Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, destituído pelo Papa Francisco como residência secundária e transformado em museu, abrigará um centro de treinamento dedicado à ecologia integral, em consonância com a encíclica “Laudato Si” publicada em 2015, foi anunciado em um comunicado de imprensa emitido pelo Governo do Estado da Cidade do Vaticano em 2 de fevereiro de 2023.

O projeto “Borgo Laudato Si” será implementado nos próximos meses através de atividades e iniciativas que visam “combinar educação em ecologia integral, economia circular e generativa e sustentabilidade ambiental”.

Os jardins papais em Castel Gandolfo se tornarão assim “um novo espaço de treinamento e conscientização” em ecologia, sob a responsabilidade do Alto Centro de Formação Laudato Si, “um órgão de atividade científica, educacional e social que trabalha pela formação integral”, afirma o comunicado de imprensa.

Dois quirógrafos do Papa instituíram formalmente esta nova oferta de treinamento, que pretende responder “ao grande desafio cultural, espiritual e educacional” colocado pelas questões ecológicas. “O desenvolvimento de novas convicções, atitudes e formas de vida” foi destacado na encíclica Laudato si”.

2Papa convida jovens congoleses a se levantarem contra a corrupção e o tribalismo

Por Hugues Lefèvre, correspondente especial em Kinshasa – “Fiquem indignados, sem nunca cederem à sedutora mas venenosa lisonja da corrupção”, disse o Papa Francisco aos milhares de jovens congoleses que conheceu no Estádio dos Mártires em Kinshasa. O Papa fez a multidão repetir em francês: “Sem corrupção” e fez um vibrante apelo por um compromisso social limpo das garras do tribalismo e da violência.

O Estádio dos Mártires em Kinshasa estava lotado para receber o Papa Francisco. Nos últimos dias, o Papa esteve no meio de uma série de eventos, incluindo uma reunião do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e do Banco Mundial, para discutir o futuro da Igreja.

“Este dia é histórico para mim”, disse Cardelin, cuja voz foi abafada pelo som dos amplificadores que inundaram o estádio. O jovem tem orgulho de conhecer “um papa que tem a coragem de pedir ao mundo que tire suas mãos da África”.

Aos 26 anos, este engenheiro elétrico por treinamento ainda não encontrou um emprego estável. “Aqui, não apostam nos jovens. Temos minerais mas não temos investidores locais”, lamenta, enquanto apenas dois de seus irmãos – de seis – têm emprego. “Meu sonho para este país é que Deus nos dê bons empregos”, diz Cardelin.

Nas arquibancadas do estádio, a alegria é a ordem do dia, mas os jovens congoleses não escondem seus medos quando questionados sobre seu futuro. Como Cardelin, Brenda, 27 anos, culpa os sucessivos governos “que não fazem nada pelos jovens”. “O que está matando o país é que todos querem ser funcionários públicos”. “Ninguém encoraja os empresários”, diz Brenda, que conseguiu encontrar um emprego como agente de vendas.

“É bom que o Papa venha falar conosco, mas as elites devem ouvi-lo”, insiste, vendo o pontífice como “porta-voz da causa dos jovens na RDC”. “Ele pode fazê-lo porque ninguém lhe fará mal… Se demonstrarmos, a polícia vai trazer o gás lacrimogêneo… Não quero arriscar minha vida”, admite ela.

Ao lado dela está Louisine, uma mãe de dois filhos com um marido desempregado. “Como podemos prever nosso futuro num país que nos rejeita”, pergunta a jovem que já pensou em se exilar na Europa.

A acusação contra a corrupção

Diante da perplexidade desses jovens, o Papa Francisco os exortou a não desistir e lutar para construir um futuro diferente na República Democrática do Congo. O UNICEF informou em 2021 que dois terços da população congolesa era constituída por jovens com menos de 24 anos.

“Para que servem as minhas mãos? Construir ou destruir, dar ou reunir, amar ou odiar…” perguntou o Papa, traçando cinco eixos prioritários através da metáfora dos cinco dedos da mão: oração, comunidade, honestidade, perdão e serviço.

Seu apelo mais forte foi sua veemente denúncia da corrupção no país, um câncer, segundo ele. “Sem honestidade, não somos discípulos ou testemunhas de Jesus; somos pagãos, idólatras que adoram a nós mesmos em vez de Deus, que usam os outros em vez de servir aos outros”, afirmou o pontífice argentino.

Repetindo à multidão em francês: “Pas de corruption”, seu chamado foi recebido com grande júbilo por todo o estádio onde membros do governo estavam presentes. Houve cânticos e protestos contra a corrupção durante muitos segundos. O tradutor explicou ao Papa que a multidão estava se referindo a partidos políticos.

Construindo comunidade

O Papa os convidou a cultivar um senso de comunidade, contra os becos sem saída do individualismo, o que leva a “falsos paraísos egoístas, construídos sobre as aparências, dinheiro fácil ou uma religiosidade distorcida”.

Em seguida, ele pediu a todos que pegassem a mão do vizinho antes de pedir à organização que lançasse uma canção, a qual foi levada com fervor por todo o estádio. Então ele concluiu: “Vocês veem como é bonito estar em comunidade”.

O pontífice então advertiu os jovens contra “o vício do ocultismo e da bruxaria, que te prendem nas garras do medo, da vingança e da raiva”.

“Cuidado com a tentação de apontar o dedo para alguém, de excluir o outro porque ele ou ela é de uma origem diferente de você”, disse ele. O Papa também convidou os jovens a resistir ao “regionalismo, tribalismo”, que dá a ilusão de reforçar a identidade do grupo, mas que, ao contrário, constituem “a negação da comunidade”.

Apoio ao compromisso dos jovens católicos com os direitos humanos

O Papa elogiou a coragem dos jovens congoleses que souberam “defender os direitos humanos e a esperança de uma vida melhor para todos no país, mesmo com grandes sacrifícios”.

Em um contexto marcado pela espiral de violência, os jovens católicos congoleses também foram chamados a “dar e receber perdão”. De fato, o cristão “não só ama aqueles que o amam, mas sabe como deter a espiral de vingança pessoal e tribal através do perdão”, insistiu o pontífice.

Francisco destacou particularmente a figura de Isidore Bakanja, um jovem catequista leigo que foi espancado até a morte em 1909 pelo chefe belga da empresa que o empregava, e foi beatificado por João Paulo II em 1994 em Roma, por ocasião do Sínodo da África. Ele nunca cedeu aos sentimentos de ódio e, ao dar sua vida, perdoou seu tormento”, lembrou o Papa Francisco.

Referindo-se ao homem que, 90 anos após sua morte, foi proclamado patrono dos leigos na República Democrática do Congo, o pontífice prestou homenagem ao papel dos catequistas, que são “tão vitais quanto a água para muitas comunidades”, disse ele.

“A República Democrática do Congo está esperando por um futuro diferente de suas mãos, porque o futuro está em suas mãos”, disse Francisco, dirigindo-se aos milhares de jovens, esperando que eles façam de seu país um “jardim fraterno, o coração da paz e da liberdade na África”.

3Francisco encoraja os estudantes congoleses a colocar o amor no centro de seu discernimento sobre seu futuro

Por Hugues Lefèvre, enviado especial a Kinshasa – “Quando o amor está no centro, todas as decisões são frutíferas”, disse o Papa Francisco a um grupo de jovens estudantes congoleses que ele conheceu em Kinshasa. O Papa os encorajou a enfrentar os desafios que surgem, fazendo sempre suas escolhas “por amor”.

Retornando à Nunciatura depois de um animado encontro com jovens e catequistas no Stade des Martyrs, o Papa recebeu uma delegação de 38 estudantes. Estes últimos representavam as universidades católicas do país. O pontífice já havia falado com alguns deles durante uma reunião on-line organizada no âmbito do Sínodo em 1º de novembro.

O organizador do encontro, Padre Toussaint Kafarhire Murhula, provincial da Companhia de Jesus, tinha composto uma canção para a ocasião em que os jovens se apresentavam. A letra da canção ecoou aquelas pronunciadas pelo Papa Francisco em 23 de novembro de 2017 em Roma, por ocasião de uma oração pela paz na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul.

O pontífice também recebeu o Primeiro Ministro da RDC, Jean-Michel Sama Lukonde, e sua família. Este último, nascido em Paris em 1977 e um ex-ministro sob o Presidente Joseph Kabila, foi nomeado pelo Presidente Félix Tshisekedi para chefiar o governo em 2021.

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