Por ser um tempo penitencial, é comum que muitos católicos, durante a Quaresma, se abstenham de guloseimas ou de prazeres lícitos, como ouvir música ou assistir a filmes.
Embora esse tipo de sacrifício seja bom e possa ajudar-nos a crescer em santidade, os diretores espirituais nos encorajam prioritariamente a mirar em algum pecado que devamos extirpar da nossa vida.
É até possível que comer doces seja o hábito pecaminoso que alguém precise erradicar da sua vida, mas, se olharmos mais a fundo, certamente encontraremos algum vício ainda mais pernicioso. Por exemplo, é provável que nos vejamos tentados frequentemente a participar de fofocas, a falar mal dos outros pelas costas ou a cair em "tentações digitais" como a pornografia - ou mesmo a responder de modo sarcástico e agressivo a cada postagem nas redes sociais.
Reconhecer um pecado habitual e decidir-se a combatê-lo com firmeza é um sacrifício profundamente frutífero.
Há quem se diga decidido a eliminar de uma só vez todos os seus hábitos pecaminosos. Esse tipo de objetivo genérico e vastamente abrangente, porém, costuma ser irreal - e é frequente que a pessoa termine desistindo e retornando desanimada aos seus pecados habituais, achando que nunca poderá ser santa ou até caindo no desespero.
É claro que viver em estado de graça é o chamado fundamental que Deus faz a todo cristão; logo, é claro que devemos renunciar a todo pecado. No entanto, também é um fato que, sendo humanos, precisamos progredir passo a passo, conscientes de que o processo de genuína conversão não é nada fácil. Assim, a nossa resposta ao chamado de Deus à santidade se torna mais praticável quando identificamos de modo honesto e humilde os nossos "pecados de estimação" e focamos em combatê-los com disciplina, por amor a Deus, começando pelas nossas paixões dominantes.
A Quaresma nos apresenta uma oportunidade perfeita para escolher um pecado específico e extirpá-lo com determinação.