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“A Fé explicada”: a importância da obra

woman sits near a tree in an autumn forest and holds a book

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Vanderlei de Lima - publicado em 21/02/23

Ante quem tem dúvidas se são válidos os sacramentos ministrados por um mau sacerdote, Leo Treze responde

Eis um livro sério e seguro sobre a doutrina católica. Deve-se a Leo J. Trese (1902-1970), sacerdote norte-americano, que, há anos, é publicado, no Brasil, pela Quadrante. 

Para se ter uma brevíssima ideia da importância da obra, basta dizer que, em 2021, estava na 15ª edição atualizada de acordo com o Catecismo da Igreja Católica e foi citada por Dom Estêvão Bettencourt, OSB, afamado teólogo brasileiro, como uma das fontes do seu Curso de Iniciação Teológica publicado pela Escola Mater Ecclesiae, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

O livro é, pode-se dizer, um Catecismo. Inicia-se com a verdades de fé contidas no Credo (p. 9-184), passa pelos Mandamentos da Lei de Deus (p. 185-276) e chega aos Sacramentos e à Oração (p. 277-508). O Índice analítico, nas últimas páginas, muito ajuda o leitor interessado a ir direto a alguns assuntos apontados. É de se pensar como seria ótima a formação dos fiéis se essa obra chegasse aos catequistas, aos adolescentes e jovens nos “Encontros de Crisma”, aos propedeutas dos seminários diocesanos ou aos postulantes dos institutos religiosos e seculares etc. Dito isso, transcrevamos, de modo aleatório, algumas passagens da obra a fim de dar uma ideia das preciosidades contidas n’A Fé explicada.

Ante quem tem dúvidas se são válidos os sacramentos ministrados por um mau sacerdote, Leo Treze responde que “as disposições de quem administra o sacramento não influem no seu efeito. É uma grande desordem que um sacerdote administre um sacramento com sua alma em pecado mortal; mas isso não diminui a graça que o sacramento confere. Quem receber esse sacramento obterá a mesma quantidade de graça, independentemente de que o sacerdote seja pecador ou santo. O essencial na administração de um sacramento é ter o poder de administrá-lo, ou seja, o poder sacerdotal (exceto no Batismo e no Matrimônio); ter a intenção de administrá-lo (a intenção de fazer o que a Igreja faz); realizar as cerimônias essenciais a esse sacramento (como derramar a água e pronunciar a fórmula no Batismo). Se aquele que o recebe não põe obstáculos à graça e aquele que o administra é um sacerdote com faculdades para isso, o sacramento confere a graça sempre e infalivelmente” (p. 286-287).

Sobre o doente em estado grave que se acha incapaz de se confessar e de receber a comunhão eucarística, o autor de A Fé explicada muito nos anima ao escrever que, em casos normais (no incomum, também o pecado grave é remido), “podemos ter uma grande confiança em que, uma vez recebida a Unção dos Enfermos, veremos a face de Deus logo depois de a nossa alma deixar o corpo. A alma purificou-se de tudo o que poderia afastá-la dessa união; dos pecados veniais e da pena temporal devida ao pecado” (p. 436).

Sobre o sacramento do matrimônio, Leo Trese corrige um erro muito comum que as pessoas cometem quanto aos ministros desse sacramento, que são os próprios noivos, não o sacerdote. Ele é a testemunha qualificada da Igreja que assiste ao matrimônio. Eis sua fala: “Não é correto dizer (embora se diga frequentemente) que ‘João e Maria foram casados pelo padre Pio’. O correto é dizer: ‘João e Maria casaram-se na presença do padre Pio’. O sacerdote não pode administrar o sacramento do matrimônio: os únicos que podem fazê-lo são os nubentes” (p. 461).

Sobre a real existência de Adão e Eva, se lê: “Todos os homens descendem de um homem e de uma mulher. Adão e Eva foram os primeiros pais de toda a humanidade. Não há na Sagrada Escritura verdade mais claramente ensinada do que esta. O livro do Gênesis estabelece conclusivamente a nossa comum descendência desse único casal” (p. 51-52). Ainda sobre o porquê pagamos pelo pecado original de nossos primeiros pais, Leo Trese dá um exemplo marcante que, muito sabiamente, inocenta a Deus pelo ocorrido: “Se antes de eu nascer, um homem rico tivesse oferecido a meu pai um milhão de dólares em troca de um pequeno trabalho, e meu pai tivesse recusado a oferta, na verdade eu não poderia culpar o milionário pela minha pobreza. A culpa seria de meu pai, não do milionário” (p. 59-60).

Possam estas poucas citações aleatórias estimular a leitura atenta da obra em foco.

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