O Evangelho narra um milagre que nasce do desespero de um pai. Seu filho está preso pelo mal. Ele tenta obter ajuda dos discípulos de Jesus, mas eles falham. Finalmente, o menino chega ao próprio Jesus: “Mestre, trouxe-te o meu filho. Ele tem um espírito que o torna incapaz de falar; e, sempre que o agarra, o derruba; e ele espuma e range os dentes e fica rígido; pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam”.
Paremos um momento para pensar sobre como os discípulos de Jesus falharam. O fracasso deles ecoa o nosso. Quantas vezes experimentamos que somos totalmente incapazes de mudar qualquer coisa – seja como indivíduos, seja como igreja!
Quando isso acontece, porém, não devemos sentir-nos culpados ou frustrados. Só precisamos lembrar que o mais inteligente a fazer é pedir a Jesus que tome tudo em suas próprias mãos. Crer não significa que a própria pessoa tenha necessariamente que superar por si mesma o desafio, mas que ela confia plenamente em Deus.
Há outro elemento digno de nota nessa passagem do Evangelho: o diálogo entre Jesus e o pai do menino.
“Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos”, pediu o pai. E Jesus respondeu-lhe: “Se podes? Tudo é possível para aquele que crê”. Imediatamente, o pai da criança disse: “Eu creio; ajuda a minha incredulidade!”.
O milagre só pode acontecer se a pessoa que o pede acredita que Jesus pode fazê-lo. Mas quem de nós tem tal fé? A sincera profissão de fé desse homem nos ensina uma grande lição. Poderíamos atrever-nos a reformular a frase: “Eu gostaria de crer; ajuda-me a crer de verdade”.
Jesus realizou dois milagres: fortaleceu a fé daquele homem e libertou o seu filho do mal. A oração daquele homem pode tornar-se hoje a nossa oração.
