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Aqui está a prova de que você realmente confia em Deus

criança e adulto em abraço de agradecer

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Peter Cameron - publicado em 28/02/23

O momento mais importante de sua vida é aquele segundo logo após a tentação bater à sua porta. O que você nessa situação?

A Quaresma começa todos os anos com o Evangelho sobre Jesus sendo tentado no deserto (Mt 4,1). Mas qual era a intenção do diabo ao tentar Jesus? O que ele estava querendo alcançar?

Aqui está a resposta: o diabo queria prejudicar o relacionamento de Jesus com o Pai para que Jesus deixasse de amá-lo e de confiar nele com afeição de Filho. É um estratagema para fazer com que Jesus tratasse o Pai como um funcionário, uma força a ser combatida.

O diabo quer vencer os santos

O problema é que o diabo é muito bom nisso. Pense em como você se sente quando é enervado pela tentação. Muito provavelmente você presume:

-a) que fez algo errado;

– b) que Deus está punindo e rejeitando você; 

– c) que Deus não ficará feliz até que você prove a ele que merece o amor dele. 

Se você sucumbir a toda essa besteira, o diabo já venceu. O que é extremamente triste e trágico.

Mas reconsidere tudo isso à luz das tentações de Jesus. No caso dele, quem o diabo persegue: alguém que é mau ou alguém que é bom? A resposta, obviamente, é alguém que é bom. O diabo não precisa perder seu tempo tentando as pessoas que são más – elas são totalmente hábeis em encontrar e ceder às tentações por conta própria. Não, o diabo está de olho nas pessoas que são santas, porque se ele consegue ser vitorioso em fazê-las cair, então ele tem um troféu para balançar maliciosamente na face de Jesus. 

Os santos confirmam isso. Santo Ambrósio diz que “o diabo sempre inveja aqueles que lutam por coisas melhores”. Assim também Santo Hilário de Poitiers: “O demônio tenta os que são santificados, pois deseja, acima de tudo, vencer os santos”.

Como pensar nas tentações

Uma prioridade principal, então, é mudar a maneira como pensamos sobre as tentações, especialmente de três maneiras.

Em primeiro lugar nossa resposta à tentação deve ser de gratidão. Devemos ser gratos quando as tentações surgem em nosso caminho, porque sua presença é uma confirmação de nossa condição espiritual virtuosa, que o Maligno considera uma ameaça real. Daí seu ataque.

Em segundo lugar devemos ser profundamente gratos pela ajuda suprema que as tentações fornecem à nossa vida espiritual. Muitas vezes, em nosso desejo de crescer em santidade, não temos a menor ideia de por onde começar. No entanto, você pode ter certeza de que as tentações que o diabo envia visam aquela área específica de nossa vida onde somos mais fracos e mais necessitados de crescimento. Será que já teríamos identificado isso sozinhos sem a luta com a tentação?

Por último, a hora de se preocupar não é quando somos tentados, mas sim quando NÃO estamos lutando contra a tentação – porque isso significa que o diabo acha que não vale a pena perseguir, provavelmente porque já estamos fazendo um trabalho para destruir nosso relacionamento com Deus por conta própria.

A conexão entre as tentações e a santificação

Como é que sabemos sobre as tentações de Jesus? A única resposta que faz sentido é que o próprio Jesus falou sobre elas aos seus discípulos. E ele o fez deliberadamente para exemplificar como as tentações são cruciais para crescer no amor do Pai. Jesus não saiu daquele deserto da mesma forma que entrou. Saiu com um amor ainda mais intenso pelo Pai. Assim, Jesus nos mostra que as tentações são uma parte crucial da santificação.

A experiência da tentação é uma espécie de escola de santidade. A razão pela qual Deus permite que as tentações aconteçam em nossa vida é para nos ensinar como não confiamos nele. Qual você diria que é a maior tentação do ser humano? Não diga cheesecake! É a tentação de pensar que somos autônomos, ou seja, que somos os criadores de nosso próprio destino, que podemos fazer tudo sozinhos, que as pessoas mais bem-sucedidas são as mais autossuficientes. O diabo quer que mergulhemos nessas ilusões.  

Objetivo da tentação

O objetivo da tentação é deixar-nos abertos ao amor de Deus bem no meio da turbulência.

As tentações nos convencem de que não temos nada a esperar de nós mesmos e, portanto, é uma perda de tempo tentar sermos “autossuficientes”. 

Você sabe qual é a prova de que você está realmente confiando em Deus em sua vida? É o fato de você ir até Ele imediatamente quando a tentação bater à sua porta, não deixando que a vergonha, a humilhação ou a decepção consigam te atrapalhar. 

O diabo é derrotado quando sabe que não pode nos afastar de Jesus. Então, em suas tentações, apenas vá até Jesus. Não se trata de “vencer” as tentações; trata-se de deixar que o amor de Jesus por você as dissolva.

Como fazer

E podemos fazer isso com serenidade e com muita confiança porque “Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças” (I Cor 10,13).
I Coríntios, 10 – Bíblia Católica Online

Portanto, não importa o quão feroz seja a tentação, ela não pode superar a divina providência de Deus.

Não é exagero dizer que, de muitas maneiras, o momento mais importante de sua vida é o segundo logo após a tentação. O que você faz? Você se angustia por estar sendo tentado e tenta lutar contra isso com sua força de vontade? Ou você se entrega nos braços de Jesus? 

Vamos, durante toda esta Quaresma, ao dizermos “Não nos deixeis cair em tentação”, atentarmos para o fato de que o que realmente queremos dizer é:

“Eu sei que preciso das tentações para que me purifiqueis e me aperfeiçoeis. Mas quando elas vierem, não deixai que me elas levem ao desânimo ou desilusão. Permiti que elas me levem a um amor maior por vós!”

Tags:
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