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Direto do Vaticano: A compaixão do Papa pela Ucrânia

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Antoine Mekary | ALETEIA

I. Media - publicado em 02/03/23

A palavra do Papa e as informações do dia do Vaticano. Leia aqui:
  1. Papa Francisco reza pela Ucrânia na exibição do documentário sobre a guerra
  2. A Santa Sé e o Sultanato de Omã formalizam o estabelecimento de relações diplomáticas

1Papa Francisco reza pela Ucrânia na exibição do documentário sobre a guerra

Por Camille Dalmas – “Olhemos para a Ucrânia, rezemos pela Ucrânia e abramos nossos corações à dor”, disse o Papa Francisco ao final de uma sessão de cinema no Vaticano na sexta-feira sobre o conflito ucraniano, um ano após o início da invasão russa. O pontífice alertou sobre o “espírito de guerra” que impele a “destruir, não deixar crescer, destruir todos, homens, mulheres, crianças, idosos, todos”.

Cerca de 250 pessoas, refugiados e membros da comunidade ucraniana, pessoas pobres da diocese de Roma e membros de associações, acompanhados pelo cardeal Konrad Krajewski, capelão do pontífice, assistiram à projeção, no Novo Salão do Sínodo, do filme “Freedom on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom”, de Evgeny Afineevsky. O diretor israelense-americano nascido na Rússia havia provocado um alvoroço com a exibição de seu documentário “Francesco” – sobre o Papa Francisco – em outubro de 2020, no qual uma passagem, habilmente editada, sugeria que o pontífice estaria questionando o ensinamento católico sobre homossexualidade.

Um discurso espontâneo para a plateia

Seu novo documentário, apresentado no Festival de Veneza em setembro passado, enfoca o início da invasão russa na Ucrânia. Essas primeiras horas são contadas a partir da perspectiva de civis ucranianos comuns.

O Papa Francisco assistiu à exibição da fila de trás da sala e, ao final da exibição, dirigiu-se ao público de forma espontânea. Ele rezou para que Deus fizesse as pessoas entenderem que “a guerra é destruição, a guerra sempre nos diminui”.

Ele improvisou então uma breve oração:

“Pai Santo, que estais no Céu”,

Olhai nossas misérias,

Olhai nossas feridas,

Olhai a nossa dor,

Olhai também o nosso egoísmo, nossos interesses vis e a capacidade que temos de nos destruir.

Cura, cura nossos corações, cura nossas mentes, cura nossos olhos

Que eles possam ver a beleza que fizestes

E não destruí-la no egoísmo.

Semeai em nós a semente da paz.

Amém”.

2A Santa Sé e o Sultanato de Omã formalizam o estabelecimento de relações diplomáticas

Por Cyprien Viet – A Santa Sé e o Sultanato de Omã anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas plenas na última quinta-feira em uma declaração emitida pela Sala de Imprensa da Santa Sé. Os dois Estados anunciaram o próximo estabelecimento de uma Embaixada do Sultanato de Omã junto à Santa Sé e de uma Nunciatura Apostólica junto ao Sultanato de Omã, que se torna assim o 184º Estado a formalizar as relações diplomáticas com a Santa Sé.

Os termos do comunicado conjunto, emitido em inglês, declaram que a Santa Sé e o Sultanato de Omã estão “desejosos de promover a compreensão mútua e de fortalecer ainda mais a amizade e a cooperação” entre eles, e que estão “convencidos de que o estabelecimento de relações diplomáticas serve (seus) interesses comuns”. Eles também afirmam que são “guiados pelos princípios de igualdade soberana, independência, integridade territorial e não-interferência”.

Estas relações são estabelecidas com base na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 18 de abril de 1961.

Um país conhecido por sua abordagem liberal do Islã

Este país localizado no sudoeste da Península Arábica, fazendo fronteira com os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Iêmen, cobre quase 310.000 km2 e tem uma população de cerca de 4,5 milhões de habitantes, com uma porcentagem significativa de trabalhadores provenientes de outros países do Oriente Médio, Filipinas, Índia e Paquistão.

O atual chefe de estado é Sultão Haitham Ben Tariq, de 68 anos. Ele sucedeu seu primo, o Sultão Qaboos ibn Said, que governou por quase 50 anos e morreu sem descendentes, em 11 de janeiro de 2020.

O Sultanato de Omã ganhou a independência do Reino Unido em 1971, depois de ser um protetorado britânico por 80 anos. O país passou então por um desenvolvimento econômico espetacular, especialmente investindo na exploração de hidrocarbonetos e no turismo. A Lei Básica do Sultanato de Omã declara o Islã como a religião do Estado, tendo a lei Sharia como principal fonte de legislação nacional. Entretanto, o país é conhecido por sua abordagem relativamente liberal, e a lei prevê a liberdade de religião e proíbe a discriminação com base na religião.

A Igreja Católica local tem quatro paróquias nas quais 12 padres trabalham. Ela está ligada ao Vicariato Apostólico da Arábia do Sul, liderado pelo Bispo Paolo Martinelli, cuja jurisdição também se estende ao Iêmen e aos Emirados Árabes Unidos. A nota dizia que a Santa Sé espera que o estabelecimento de relações diplomáticas plenas permita à Igreja Católica em Omã, “através de padres e monjas”, “continuar a contribuir para o bem-estar social do sultanato”.

Segundo as estatísticas da CIA em 2020, a comunidade católica local tem quase 140.000 membros. Cerca de 86% da população de Omã é muçulmana, com 45% pertencentes ao ramo Ibadita do Islã – presente quase exclusivamente no reino – 35% sunitas e 5% xiitas. O Sultanato também tem uma pequena comunidade evangélica (1%), bem como uma grande comunidade hindu (5%), e uma comunidade budista (1%).

Um meio-termo em conflitos regionais

O plano para estabelecer relações diplomáticas foi anunciado em 4 de novembro de 2022, no dia seguinte a uma conversa telefônica entre o Ministro das Relações Exteriores de Omã, Sayyid Badr Hamad Al Busaidi, e o Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário de Relações com os Estados da Secretaria de Estado.

A Santa Sé e Omã haviam se aproximado em setembro de 2017 durante a libertação do Padre Tom Uzhunnalil, um salesiano indiano sequestrado em março de 2016 no Iêmen. A operação foi possível graças à ajuda do Sultanato de Omã e foi acolhida pela Santa Sé que, junto com o governo indiano, tentava há 18 meses libertar o padre, que havia sido sequestrado durante um ataque assassino em Aden, em uma clínica dirigida por freiras Missionárias da Caridade.

Omã, com sua posição mediana entre o Irã e a Arábia Saudita, tornou-se um lugar estratégico para contatos diplomáticos a respeito da guerra no Iêmen, mas também a respeito da guerra na Síria. O presidente sírio Bashar al-Assad, que tenta abrir seu país devastado pelo terremoto de 6 de fevereiro, visitou Mascate, capital do Sultanato de Omã, no dia 20 de fevereiro, onde elogiou as “políticas equilibradas” do país diante da instabilidade na região.

Relações diplomáticas com 184 Estados

Após este anúncio, a Santa Sé tem agora relações diplomáticas com 184 estados, em comparação com 84 em 1978 e 25 em 1950. O Sultanato de Omã é, portanto, exatamente o 100º Estado a estabelecer relações diplomáticas com a Santa Sé desde a eleição de João Paulo II, em 1978.

Os países que atualmente não mantêm relações diplomáticas com a Santa Sé são Butão, Brunei, Comores, Laos, Maldivas, Arábia Saudita, Coreia do Norte, Somália, Tuvalu e Vietnã. Em Brunei, Comores, Laos e Somália, no entanto, a Santa Sé tem delegados apostólicos, e no Vietnã, um “representante pontifício”.

Alguns desses países também têm contatos com o Vaticano em diferentes formas, notadamente para a nomeação de bispos na China desde o controverso acordo de setembro de 2018, ou, no caso da Arábia Saudita, através do diálogo inter-religioso. Em 2018, a visita a Riad do Cardeal Jean-Louis Tauran, então presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso, foi vista como um grande avanço diplomático e prova da atenção do Vaticano ao desenvolvimento da liberdade religiosa no Golfo.

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Tags:
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