Jesus elogia o publicano no templo (Lc 18,9-14): "Este voltou para casa justificado".
O Senhor o elogia porque o homem orou: "Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador".
Ele fez a oração de contrição.
O Catecismo da Igreja Católica define a contrição como "uma dor da alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro" ( CIC 1451).
Encarar o horror de nossos pecados pode ser a coisa mais difícil que se possa imaginar. Mas, como nos assegura o autor católico George Bernanos, pela contrição entramos em nós mesmos apenas para morrer para o pecado, “e é aí que Deus nos espera”. Ou, como disse o poeta Rainer Maria Rilke: “É aqui, em todos os pedaços da minha vergonha, / que agora me reencontro”.
Lembre-se: possuir o conhecimento de nossos pecados é ser abençoado com uma graça preciosa que Deus concede. Não importa o quão angustiante e desconcertante possa parecer: esse conhecimento é poder. Porque é no próprio conhecimento de quão perdidos e miseráveis somos por causa dos nossos pecados que Deus deseja nos ligar a ele.
Se Deus é aquele que nos permite ver a verdade de nossa pecaminosidade - com toda a sua vergonha, humilhação e repulsa -, então Deus também é aquele que nos dá a graça, por meio dessa consciência, de nos apegarmos a ele.
Santo Agostinho nos aconselha bem: "Nunca assumamos que, se vivermos boas vidas estaremos sem pecado; nossas vidas só devem ser louvadas quando continuamos a implorar por perdão".
Oração para se apegar a Deus
Aqui está uma maneira eficaz de adaptar a oração do cobrador de impostos. Recite a parte principal da oração — Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, tem piedade de mim, que sou um pecador — e depois coloque um de seus pecados atuais: … tem misericórdia de mim, um pecador: egoísta. Faça isso repetidamente até acabarem os pecados: … tem piedade de mim, um pecador: impaciente… invejoso… zangado… ingrato.
Quando quero ficar em oração por muito tempo, é assim que eu rezo. Tente você também!