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Uma das melhores coisas que você pode fazer por sua saúde espiritual

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Di lzf|Shutterstock

Michael Rennier - publicado em 13/03/23

Até Santo Inácio de Loyola acreditava que exercitar o corpo ajuda na saúde da alma

Estou em uma luta física e espiritual para tentar aumentar o número de flexões que consigo fazer. Eu sei, parece estranho declarar que minha luta de meia-idade para ser um pouco mais forte é, de alguma forma, um esforço espiritual. Mas, na minha mente, realmente é.

Quando era jovem e excessivamente zeloso, Santo Inácio de Loyola se engajou em duras penitências físicas. Essas penitências enfraqueceram seu corpo e, mais tarde, ele se arrependeu do que havia feito a si mesmo. Em uma carta a São Francisco Bórgia, ele o aconselhou também a cessar as penitências destrutivas a que estava se submetendo e que estavam prejudicando seu corpo. Inácio escreve: “Devemos cuidar do corpo e amá-lo na medida em que ele obedece e ajuda a alma, e na medida em que a alma, obedecida e ajudada dessa maneira, é mais adequada para o serviço e louvor de nosso Criador e Senhor”. A questão é simples: quanto mais saudável for nosso corpo, mais podemos servir a Deus.

Na Igreja Católica, vários grupos de homens que, juntamente com o aumento da oração e do jejum, também fazem exercícios físicos ganharam popularidade recentemente. Para estar nesses grupos, os homens devem se comprometer com uma alimentação mais saudável e manter os treinos. Muitos dos homens que conheço e sei que participam desses grupos ficaram agradavelmente surpresos com os benefícios espirituais de ser fisicamente mais saudável.

É por isso que sempre encorajo homens e mulheres que fazem resoluções quaresmais para incluir a atividade física. Pode não parecer um objetivo espiritual, mas, ao fortalecer o corpo, o exercício também fortalece a alma.

Você é aquele templo

O autor católico Kevin Vost escreveu recentemente um livro chamado You Are That Temple (“Você é aquele templo”, em tradução literal) sobre como a espiritualidade e a saúde física estão conectadas. Ele cita São Tomás de Aquino, que diz: “A virtude, na medida em que é uma disposição adequada da alma, é como a saúde e a beleza, que são disposições adequadas do corpo”. O que ele quer dizer é que, se quisermos nos treinar na virtude e adquirir um hábito para o bem, faremos isso de maneira semelhante à maneira como podemos treinar nossos corpos por meio do exercício.

Quando comecei a correr longas distâncias, cada segundo parecia uma tortura. Meus joelhos e pés doíam. Todo o meu corpo ficava dolorido. Eu não conseguia respirar. Foi uma experiência desagradável. Mas continuei e, depois de alguns meses, meu corpo se adaptou. De repente, eu estava ansioso para minhas corridas. Nos dias em que está chovendo ou muito frio, fico realmente desapontado. O que mudou? Bem, minha corrida tornou-se um hábito. Não era mais uma luta, mas uma alegria. É uma alegria até hoje.

Desta experiência aprendi também como progredir na vida espiritual. Eu precisava estabelecer metas modestas, mas claras, e precisava cumpri-las. A princípio, assim como começar a correr, é um processo desconfortável. Tudo em nós luta contra o desenvolvimento de uma nova virtude, simplesmente porque não estamos acostumados a ela. A luta é real, mas também temporária. O truque é avançar para a próxima fase, pois, se o fizer, seu coração se voltará para o bem e você começará a gostar a gostar do novo hábito.

Muitas vezes, porém, eu me canso e desisto logo. E o exercício físico é útil nesse sentido também. Não apenas fornece um modelo de como nos disciplinar espiritualmente, mas também desenvolve a única virtude que é extremamente útil para manter essa disciplina: a virtude da fortaleza.

A diferença que a coragem faz

Vost diz que a coragem aumenta nossa capacidade de enfrentar as dificuldades no caminho para alcançar nossos objetivos. Quanto mais fortaleza tivermos, maior será nossa capacidade de resistir. Embora eu adore correr, há dias que são muito quentes ou meus músculos não se sentem tão bem. Há dias em que procuro uma desculpa para faltar do meu treino. É preciso coragem para superar minha preguiça natural. Muitas vezes, essa virtude vem em meu socorro. Ela supera minha tendência à apatia, me tira de casa e me faz começar o treino – e é raro o dia em que não fico feliz depois que o treino termina.

Se formos honestos, temos a mesma hesitação quando se trata de progredir na vida espiritual. Tem dias em que queremos desistir. E é aí que a fortaleza se faz útil. Essa virtude nos ajuda a superar aqueles primeiros meses desconfortáveis, ​​até que a nova disciplina se torne mais fácil e, então, nos ajuda a manter o novo hábito quando temos momentos de fraqueza.

Ainda mal consigo fazer flexões, mas estou dando o meu melhor. O desenvolvimento interior com o qual o treino ajuda é igualmente, se não mais, importante. A virtude da fortaleza, eu sei, pagará dividendos ao abordar a disciplina interior também.

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