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Sexualidade: “Muitos pensam que a Igreja só fala de proibição”

happy woman and couple

fizkes / Shutterstock

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I. Media - publicado em 18/04/23

"A Igreja pode ajudar as pessoas a compreender que a sexualidade humana está ligada à nossa criação à imagem de Deus", diz cardeal. Veja aqui:

Recentemente, a Conferência dos Bispos Nórdicos – Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – publicou um texto sobre o ensinamento tradicional da Igreja sobre sexualidade e em defesa da alteridade homem-mulher. Reconhecendo que “muitos estão perplexos” com o discurso da Igreja, os bispos pedem uma redescoberta da “natureza sacramental da sexualidade no plano de Deus, da beleza da castidade cristã e da alegria da amizade”.

Condenando “todas as formas de discriminação injusta, incluindo a baseada no gênero ou na orientação sexual”, eles expressam seu desacordo quando o atual movimento político e cultural “apresenta uma visão da natureza humana que despreza a integridade corporal da pessoa, como se o gênero físico fosse um puro acidente”. Eles também protestam “quando esta visão é imposta às crianças”.

A carta pastoral, que foi lida pela primeira vez nas paróquias do norte da Europa, teve amplo eco na Igreja universal. I.Media perguntou ao Cardeal Anders Arborelius, Bispo de Estocolmo (Suécia) e vice-presidente da Conferência, o que motivou a redação desta mensagem.

Por que o senhor e os bispos do norte decidiram publicar esta carta pastoral sobre sexualidade?

Há muita confusão em torno desta questão e as pessoas se sentem preocupadas com todas as novas questões relativas à antropologia humana e à sexualidade. Por isso, tentamos dar aos fiéis um resumo de uma perspectiva mais bíblica sobre estas questões para mostrar como a Igreja pode ajudar as pessoas a responder a estes novos desafios.

Esta carta foi lida nas paróquias. Como os fiéis a receberam?

Muitas pessoas em nossos países ficaram gratas pela ajuda oferecida pela Igreja. Alguns fizeram comentários críticos. Ficamos surpresos que muitas pessoas de outros países reagiram muito positivamente à nossa carta.

Como a Igreja hoje pode criar espaços onde pessoas que estão “perplexas” pelo ensino tradicional possam aprofundar sua reflexão sobre este discurso?

Descobrimos que tais espaços podem surgir espontaneamente durante o processo sinodal em nossa diocese. Quando as pessoas se reúnem para falar sobre a fé católica, sobre a mensagem da Bíblia, estas questões surgem de forma bastante natural. Mas se disséssemos: “Agora vamos falar explicitamente sobre a sexualidade”, a discussão seria mais difícil. Estas questões precisam ser parte de um movimento mais amplo.

A carta dos bispos visa dar uma visão pastoral sobre um assunto sensível, muitas vezes propenso a controvérsias. Como é legítimo que a Igreja fale sobre este assunto?

A Igreja pode ajudar as pessoas a compreender que a sexualidade humana está ligada à nossa criação à imagem de Deus. Não se trata apenas de uma necessidade física, de um impulso corporal. Nossa vocação é crescer no amor em todos os níveis: em nosso relacionamento com Deus e com os outros seres humanos. A sexualidade é um elemento, e muito importante, mas é apenas uma parte de nossa realidade humana. Deus e a Igreja podem nos ajudar a ter uma visão mais ampla sobre a questão da sexualidade.

Como a visão da Igreja sobre a sexualidade ainda é válida e relevante?

A mensagem do Evangelho é algo eterno. Assim é a mensagem católica sobre a sexualidade. Se pudermos ajudar as pessoas a perceber que não somos apenas filhos de nosso tempo e cultura, isto pode ser muito útil. Há valores e mensagens que estão acima do tempo e do espaço.

A mensagem da Igreja sobre questões sexuais é uma parte integrante da proclamação da Boa Nova. É muito importante proclamar esta mensagem como algo positivo e que dá vida. Muitas pessoas pensam que a Igreja só fala de proibição, portanto seria muito importante mostrar que existe também uma espécie de “mística sexual”, que nos ajuda a nos aproximarmos de Deus através de nossa natureza sexual.

Você acha que a Igreja deveria convocar um sínodo sobre a sexualidade ou sobre a alteridade entre homem e mulher?

É uma boa idéia. Entretanto, eu a consideraria de uma perspectiva mais ampla. Como apresentamos hoje a visão da Igreja sobre a antropologia humana? Isto inclui, é claro, a sexualidade, mas também questões como inteligência artificial, etc.

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