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Ela se perguntava se alguém a amaria por causa de sua doença; hoje está prestes a se casar

McKinnon Galloway

@McKinnon Galloway | Instagram

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Urška Kolenc - publicado em 26/04/23

"Foi ele que mostrou que eu mereço ser amada", diz a jovem que tem uma doença cerebral rara

Aos 16 anos de idade, McKinnon Galloway foi atingida na cabeça por uma bola durante uma partida de vôlei. Ela apresentava alguns sintomas de concussão cerebral, por isso foi feita uma ressonância magnética no pronto-socorro para onde foi levada.

Os médicos ficaram chocados ao descobrir que a menina tinha dois tumores no cérebro, uma condição não relacionada com o acidente. Depois veio o diagnóstico: uma doença genética rara chamada neurofibromatose tipo 2. Trata-se de uma doença incurável que afeta uma em cada 25.000 pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se por tumores benignos no cérebro e em outros locais, geralmente danificando os nervos que afetam a audição e o equilíbrio.

A mãe de McKinnon, Tracy, reuniu o máximo de informações que conseguiu sobre o diagnóstico da filha. Os médicos lhe disseram que a menina poderia ficar surda antes do final do ensino médio, o que chocou Tracy.

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Um futuro incerto

McKinnon começou a pensar cada vez mais sobre seu futuro. “Quando você recebe o diagnóstico de uma doença crônica, um dos seus primeiros pensamentos é: ‘Será que alguém vai me amar?'”, lembra ela.

Mas a garota concluiu o ensino médio com sucesso e, apesar do prognóstico, não perdeu a audição. “Espero que minha visão otimista da vida dê a outras pessoas a chance de ver que tudo é possível.” Ela atribui isso à sua mãe. “Ela nunca me fez sentir que meus sonhos eram irrealistas por causa da minha doença.”

Primeiro encontro com Brandon

Durante seus estudos, ela teve seu primeiro encontro com Brandon, um amigo da faculdade que diz que ficava muito feliz quando estava perto de McKinnon. No início de seu relacionamento, ele não sabia nada sobre a doença dela. “Ela era um pouco reservada, talvez assustada e tímida em relação a isso”, diz Brandon. “Eu fiquei um pouco assustado no início, especialmente porque era a primeira vez que eu ouvia falar da doença”, afirma o rapaz. Isso, entretanto, não o impediu de se tornar amigo dela e convidá-la para sair.

A surdez

Imediatamente após receber seu diagnóstico, McKinnon e sua mãe se envolveram com a Children’s Tumor Foundation e, em 2019, McKinnon se tornou embaixadora da instituição. Ela se mudou para Manhattan, participou de testes clínicos e buscou tratamento para sua doença.

Após uma das cirurgias, McKinnon ficou surda do ouvido direito e, no início da pandemia de coronavírus, em 2020, a audição do ouvido esquerdo se deteriorou, forçando-a a voltar para casa, na Carolina do Norte. Brandon a seguiu. “Eu estava dividida. Eu só tinha audição em um ouvido e queria preencher minhas memórias com a voz de Brandon e as vozes da minha mãe, de outros parentes e amigos”, lembra McKinnon. Ela perdeu o pai em 2018.

Como o desejo de McKinnon era ver a aurora boreal, mãe e filha viajaram para a Finlândia e depois para a Rússia em dezembro de 2021, onde McKinnon acordou em uma manhã completamente sem audição. Mais tarde, ela recuperou parcialmente a audição tomando a medicação prescrita, mas a pressão crescente do tumor em seu tronco cerebral causou dormência facial. Ela decidiu fazer uma cirurgia para eliminar a dormência e ficar surda para sempre. Antes da anestesia, McKinnon pediu aos cirurgiões que tocassem a música favorita de seu pai.

McKinnon foi submetida a duas cirurgias cerebrais que, além da surdez, deixaram outros efeitos em seu corpo, especialmente no rosto. Depois de perder completamente a audição, ela e Brandon aprenderam juntos a linguagem de sinais.

Casamento

Embora McKinnon estivesse muito interessada em se casar com Brandon, ela não queria pressionar a decisão dele. Há mais de um ano, ele a pediu em casamento com um anel que o falecido pai de McKinnon havia dado à mãe dela. Entretanto, as circunstâncias forçaram o casal a adiar o casamento. Eles planejam se casar na Costa Rica, onde Brandon viveu em sua juventude.

Os médicos explicaram ao casal que há 50% de chance de McKinnon transmitir a doença para seus filhos, mas o casal está determinado. “Definitivamente, queremos ter filhos, mas há muitas outras maneiras. Há muitas crianças no mundo que precisam de um lar”, disse a jovem.

McKinnon dirige uma empresa de fotografia e também cria designs de produtos que incorporam a linguagem de sinais. Brandon admira a determinação de sua noiva em inspirar outras pessoas por meio de sua provação. “Temos uma vida maravilhosa juntos e estou muito animado com o que o futuro nos reserva”, diz Brandon.

McKinnon concorda, acrescentando. “Foi ele quem me mostrou que eu mereço ser amada”.

Via people.com

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