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Responsabilidade afetiva: por que devemos desconfiar de quem parece excessivamente perfeito?

Casal discussão

fizkes | Shutterstock

Talita Rodrigues - publicado em 10/05/23

Somos responsáveis por tudo o que alimentamos em nós. Mas isso não tira a responsabilidade afetiva de algumas pessoas que, independentemente do que possam causar em nós, permanecem alimentando sua própria vaidade, seu ego, seu imediatismo

O sujeito chega à sua vida, promete mundos e fundos. Desenha-se da forma mais bonita. Planta em você expectativas imensuráveis. Parece tão, mas tão real, que você acredita. 

No começo, você fica até meio assim, afinal, sua vida está andando, organizando-se e você está bem. Contudo, existe aí dentro uma carência gigante em você, uma vontade de acreditar que isso seja real, uma vontade de abraçar essa oportunidade… Aí você até dá uma resistida, mas depois você cede. 

O sujeito entra, faz uma bagunça daquelas! Desorganiza todos os seus sentimentos, justamente porque desperta em você sensações que você nem acreditava que pudesse sentir novamente ou que pudesse sentir algo parecido. É uma química genial, um beijo sublime, uma companhia incrível – e você nunca de sentiu tão desorganizado(a), nunca se viu tão diferente e ao mesmo tempo feliz. 

De repente, o sujeito vira a chave. Num dia estava doido(a) por você, no outro, some, fica monossilábico(a). Essa pessoa contra-argumenta de tal maneira, que faz você pensar que tem algo errado com você. 

Pessoas sem responsabilidade emocional, que plantam em você aquilo que não vão ver florir, têm tendência à contra-argumentação ou à discussão, a se posicionarem como se você fosse uma pessoa completamente alheia e perdida. E você não entende o que está acontecendo. Porque pessoas assim usam de todas as formas para descaracterizar aquilo que você está sentindo, como quem diz: “o que você sente é um problema seu, eu não tive participação em nada disso, não tenho culpa que você é intenso(a) demais.”

E isso, pode soar na sua cabeça como: “Eu sou errado(a), por ter me apaixonado por você.”

É lógico que nós somos responsáveis por tudo o que alimentamos na gente. Mas isso em nada, absolutamente em nada, tira a responsabilidade afetiva de algumas pessoas que, independentemente do que possam causar em nós, permanecem com um mecanismo de alimentar sua própria vaidade, seu ego, de pensarem no imediatismo, de quererem curtir o momento e falar tudo o que vem à cabeça sem se importar de como aquilo vai repercutir em nós. Pessoas sem responsabilidade afetiva não se preocupam com nossa história, de onde nós viemos, o que tivemos que enfrentar para nos reconstruirmos de novo. 

A maioria das pessoas sem responsabilidade afetiva e emocional não tem empatia. Geralmente, chamamos isso de desvio de caráter. Observamos isso especialmente em perfis narcisistas, em que o “modus operandi” do sujeito agir já é assim. 

Para que você não se relacione com alguém assim, desconfie de pessoas que parecem excessivamente perfeitas. De pessoas que possuem sempre uma justificativa para tudo. 

Na carência, costumamos abraçar o pouco que o outro nos oferece. E carência pode te levar a apostar todas as suas fichas em alguém sem responsabilidade emocional, que possivelmente fará cair por terra todo o seu processo de reconstrução.

Tome cuidado! Ame-se muito, a ponto de recusar qualquer coisa que não seja amor, de fato. Ore a Deus, e peça sempre para que seja feita a vontade Dele, mesmo que isso signifique tirar alguém da sua vida. 

Não tenha medo dos “nãos” de Deus e de tudo o que ele tem guardado para você. Os sonhos Dele para a sua vida, transcendem qualquer tipo de relacionamentos, de carências como as citadas acima.

Entregue o seu coração a Deus. Confie e espere Nele.

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