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A Igreja Católica reconhecerá os 21 cristãos mártires na Líbia

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21 mártires cristãos na Líbia

IBRAHIM EZZAT / AFP

21 mártires cristãos na Líbia, assassinados pelo Estado Islâmico em 2015

I. Media - publicado em 11/05/23

Comunicado importante do Papa Francisco ao patriarca copta Tawadros II: serão os primeiros santos reconhecidos pelas duas Igrejas desde o início do século V

Os 21 mártires cristãos, incluindo 20 coptas assassinados pelo grupo terrorista Estado Islâmico em 2015 na Líbia, serão inscritos no martirológio romano, anunciou o Papa Francisco em 11 de maio de 2023, perante o Patriarca Tawadros II, papa da Igreja Copta Ortodoxa, presente em Roma. É uma iniciativa histórica: embora a Igreja Católica e a Igreja Copta tenham em comum santos dos primeiros séculos, estes 21 mártires serão os primeiros reconhecidos como santos pelas duas Igrejas desde o início do século V.

O Papa Francisco e Tawadros II celebram nestes dias o 50º aniversário do histórico encontro entre seus predecessores, o Papa Paulo VI e o Patriarca Shenouda III (1973-2023), o primeiro entre um bispo de Roma e um patriarca da Igreja Ortodoxa Copta. Nesse contexto, o patriarca participou da audiência geral do dia 10 de maio junto com o pontífice argentino, na Praça de São Pedro.

Em 11 de maio, os dois líderes cristãos se encontraram de forma particular no Vaticano. Em seguida, agradecendo ao patriarca egípcio de 70 anos pelo “precioso presente de uma relíquia dos mártires coptas assassinados na Líbia em 15 de fevereiro de 2015”, o papa fez este anúncio: “Com o consentimento de Sua Santidade, declaro: estes 21 mártires serão inscritos no martirológio romano como sinal da comunhão espiritual que une as nossas duas Igrejas”.

Os trabalhadores cristãos, vinte dos quais eram ortodoxos coptas e um ganense, foram executados por membros da organização jihadista Estado Islâmico em uma praia da Líbia. Seis dias depois, o Patriarca Tawadros II anunciou a inserção de seus nomes no sinaxário, o equivalente oriental ao martirológio romano.

Esses mártires, garantiu o Papa Francisco durante a audiência, “foram batizados não apenas na água e no Espírito, mas também no sangue; sangue que é a semente da unidade para todos os discípulos de Cristo”.

Um gesto histórico

Este reconhecimento oficial da Igreja Católica sublinha, portanto, “o ecumenismo do martírio”, explicou uma fonte vaticana ao I.MEDIA. Estes 21 homens foram efetivamente martirizados “por serem cristãos” e morreram em decorrência de “ódio à fé cristã”, acrescenta.

“Assim como tínhamos santos em comum antes da ruptura entre as Igrejas, também teremos santos em comum hoje”, completa o especialista, enfatizando o significado histórico deste gesto: “Eles seriam os primeiros santos reconhecidos desta maneira”.

Na prática, o martirológio romano inclui “todos aqueles que são objeto do culto público católico”, um conceito que abrange comumente os santos inscritos no calendário universal da Igreja Católica. Os 21 mártires serão, portanto, “santos” para a Igreja Católica, prossegue a fonte. Este reconhecimento “só é possível porque estes batizados já são reconhecidos como santos pela Igreja copta”. A sua inscrição no calendário dos santos católicos é, portanto, “o reconhecimento de uma santidade já reconhecida pelos coptas”.

A questão do reconhecimento de santos reivindicados como tais por outras denominações cristãs tem sido debatida há algum tempo. No caso dos mártires na Líbia, porém, o expediente é “mais simples”, segundo a nossa fonte, porque “nenhuma questão de divergência teológica entra em jogo”.

Nem absorção, nem dominação

Mártires cristãos coptas
Mártires cristãos coptas

Em seu discurso perante Tawadros II, o Papa Francisco recordou também “a assinatura de uma memorável declaração cristológica” em 10 de maio de 1973, que pôs fim à polêmica surgida em torno do Concílio de Calcedônia no ano 451 e considerada a causa de uma ruptura entre Roma e outras Igrejas Orientais.

Esse encontro, lembrou Francisco, levou à criação da Comissão Conjunta Internacional entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Copta, que em 1979 adotou os princípios pioneiros da busca da unidade. Uma unidade que não pode ser “absorção de um pelo outro nem dominação de um sobre o outro”, como declararam João Paulo II e Shenouda III.

No caminho ecumênico, o papa prometeu olhar “sempre para a frente”, com “sadia impaciência e desejo ardente de unidade”, apesar dos “momentos de desânimo”. E agradeceu a Tawadros II pela sua atenção aos coptas católicos, bem como pela instituição do “Dia da Amizade entre Coptas e Católicos”, celebrada todos os dias em 10 de maio desde 2013 – data da primeira visita de Tawadros II ao Vaticano.

O encontro terminou com um momento de oração na Capela Redemptoris Mater do Palácio Apostólico. No domingo, o patriarca copta celebrará uma missa na Basílica de São João de Latrão para os fiéis coptas.

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