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O que significa para nós hoje a imagem do Bom Pastor?

Jezus Chrystus jako dobry pasterz prowadzący swoje owce

artin1 | Shutterstock

Reportagem local - publicado em 14/05/23

Jesus apresentando-se como um bom pastor quer nos dizer isto:

Por uma monja beneditina camaldolense*

Eu sou o bom pastor… (Jo 10,11)

Dou a minha vida pelas minhas ovelhas (Jo 10,17)

O que significa para nós hoje a imagem do Bom Pastor? O que inspira a contemplação de um pastor carregando uma ovelha nos braços? Temos dificuldade em nos identificar com ela… Muitas vezes as pessoas confessam com certo embaraço: eu me esforço para me encontrar nas palavras de Jesus, não me sinto como uma ovelha…

Para as gerações anteriores era uma imagem muito viva, cotidiana, que expressava a experiência imediata em que cada um se encontrava: viam os rebanhos, conheciam as regras e os instintos que seguem as ovelhas de um certo pastor.

Há um belo salmo, curtíssimo, que descreve a verdade profunda da guarda e da providência de Deus e que a expressa com a imagem do pastor (Salmo 23):

O Senhor é o meu pastor: nada me falta;

Pelos prados verdejantes ele me faz descansar 

Junto a águas tranquilas ele me conduz.

Ele restaura minhas forças

Ele me guia no caminho certo, por amor do seu nome.

Se eu tiver que andar por um vale escuro, não temerei mal algum, pois tu estás comigo. Teu bastão e teu cajado dão-me segurança.

Diante de mim preparas uma mesa à vista dos meus inimigos; unge minha cabeça com óleo. Meu cálice transborda.

Felicidade e graça serão minhas companheiras todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos anos.

É o salmo da confiança total e da paz que o próprio Deus nos garante: nada me falta, ainda que tudo me falte… Leva-me às águas tranquilas, aos pastos verdejantes, onde possa encontrar a paz… Todos os caminhos da minha vida são preparados por ele e preenchidos com a sua presença…. Não preciso temer mal algum porque Ele está comigo. Morarei na casa do Senhor… Se às vezes nos sentimos perdidos entre os problemas da vida, é bom voltar a estas palavras que dão uma mensagem verdadeira sobre o nosso Deus que enche a nossa existência com a sua presença e acalma o coração com confiança. Os Salmos são para nós um espelho no qual podemos observar a nós mesmos, os movimentos e desejos de nossas almas para comparar com as palavras que nos foram dadas pelo próprio Deus para orar com elas. Há também outro Salmo que se concentra inteiramente na tutela: guardião, guardião são as palavras que se repetem em quase todos os versos…

Salmo 121:

Elevo meus olhos para as montanhas:

de onde virá minha ajuda?

O meu socorro vem do Senhor:

ele fez o céu e a terra.

Ele não deixará meu pé vacilar,

meu guardião não dorme.

Ele não dorme, nem cochila

o guardião de Israel.

O Senhor é o teu guardião,

o Senhor é a tua sombra protetora

que está à tua direita.

Não vai ferir-te o sol durante o dia,

nem a lua à noite.

O Senhor te guardará de todo mal:

Ele mesmo vai cuidar da tua vida.

O Senhor te guardará na partida e na chagada,

desde agora e para sempre.

Jesus apresentando-se como um bom pastor quer nos dizer isto: confia em mim, eu te guiarei pelos caminhos certos. Deixe-me cuidar da tua vida.

Na nossa vida cada vez mais ameaçada por vários perigos, cada vez mais instável, cada vez mais frenética em que nos tornamos medrosos e desanimados, queremos ser nós a manter tudo sob controle e vemos que não podemos. Achamos difícil colocar-nos calmamente sobre os ombros de Jesus e confiar que “a nossa vida está nas suas mãos”. (ver Salmo 16:5)

Os santos frequentemente repetiam esse conselho, e nos deixaram inúmeros exemplos de que se deve comprometer com a vida como se tudo dependesse de nós, mas depois confiar em Deus como se tudo dependesse dele!

São Pedro em sua primeira carta diz (1Pe 2, 24-25):

Ele carregou nossos pecados em seu corpo

no madeiro da cruz,

porque, não vivendo mais para o pecado,

vivêssemos para a justiça;

pelas suas feridas fostes curados.

Andáveis vagando como ovelhas,

mas agora fostes trazidos de volta

para o pastor e guardião das vossas almas. 


*A autora pede que seu nome não seja identificado segundo a antiga tradição monástica, é monja beneditina camaldolense do mosteiro Sant’Antonio Abate, Roma.

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