Ao contrário do que vemos regularmente na imprensa sobre as celebridades, nem todos os casamentos terminam em divórcio. Um casal pode se amar por muito tempo, embora muitos daqueles que escolhem esse caminho nunca cheguem à primeira página das revistas. A França, por exemplo, tem 15 milhões de casais em seu território. Isso representa nada menos que 30 milhões de pessoas comprometidas que querem se amar!
São 15 milhões de casais que precisam ser acompanhados e incentivados! Porque a vida a dois não é fácil. “Há tensões em todos os casais”, diz Georges-André Boivin, 45, gerente nacional de comunicação do movimento Vivre et Aimer.
Como, então, manter o compromisso a longo prazo? Como superar crises e fazer o casamento durar? Para Georges-André Boivin, tudo se resume a uma escolha: a de amar o outro, dia após dia. “Existe algo simples e ao mesmo tempo mágico: amar ao longo do tempo é uma decisão. Essa noção simples permite que você construa seu casamento durante toda a vida”, explica o gerente.
Mas decidir não é suficiente. Também é necessário nos dotarmos de meios para honrar esta decisão. Para o movimento Living and Loving, o pilar fundamental do casamento está na comunicação. “Não se trata de falar dos fatos, mas do que sentimos em tal e tal situação”, enfatiza Georges-André Boivin. “Quando um casal se abre, o diálogo permite que cada um se descubra e que os dois se descubram como são. O diálogo fortalece o amor. Mesmo depois de 50 anos de casados, ainda temos coisas a descobrir um sobre o outro! Sem contar que confessar as próprias fraquezas, medos, carências e saber-se amado apesar de tudo é motivo de muita alegria.”
Projetos de vida
Os projetos de vida são outro bom motivo para manter o diálogo. Portanto, é necessário conversar profundamente e regularmente, confiar um no outro sobre seus desejos, suas necessidades, seus sonhos, a fim de refinar ainda mais um projeto comum. Foi o que viveram Chantal e Laurent, pais de quatro filhos: “Este fim de semana foi fundamental na nossa relação, porque tivemos a oportunidade de partilhar profundamente o que cada um sentiu do seu lado. Ao longo dos anos, havíamos embarcado em uma vida agitada, entre trabalho, amigos, família e não tínhamos mais tempo para discutir e ouvir uns aos outros”, confidencia Laurent.
Além disso, em tempos de provação, ter o hábito de compartilhar o que estamos vivendo nos permite enfrentar juntos as dificuldades, e avançar. “Não tem um na frente e outro atrás”, enfatiza Georges-André Boivin.
Cartas
Uma das ferramentas utilizadas por Vivre et Aimer nos encontros de casais que a instituição promove é a boa e velha carta. Durante as sessões, os casais são convidados a escrever um para o outro. A sessão “Amor de longa duração” ensina especialmente aos casais como escrever uma carta de amor, na qual cada um confidencia as suas alegrias, tristezas, dificuldades e sentimentos. “Quando estamos cara a cara, a linguagem não-verbal pode distorcer ou retardar uma troca. Escrever permite que você seja sincero na forma como se expressa”, explica Georges-André Boivin. Só depois de a carta ter sido lida pelo outro é que chega o momento do diálogo.
Escrever cartas é uma prática que o movimento convida convida os casais a fazer pelo menos uma vez por mês, e que Christine tem adotado: “Quando sinto necessidade, pego no meu caderno para escrever uma carta de amor ao Frédéric”, testemunha. “Acho que anotar sentimentos e necessidades é benéfico para nós dois. Nosso diálogo resultante disso salva vidas, especialmente durante nossas tensões. Nossos mal-entendidos se desvanecem graças ao ouvir plenamente o outro sem julgamentos. Que alegria sentir-se lido, relido e poder dialogar com respeito ao outro”, comemora.
Em parceria com Vivre et Aimer
