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São Francisco Xavier, um modelo inspirador para a evangelização da China

Pope Francis speaks on the phone during the weekly general audience

Antoine Mekary | ALETEIA

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I. Media - publicado em 17/05/23

"Há muitos missionários ocultos que também estão fazendo muito hoje, ainda mais do que São Francisco Xavier", disse o Papa. Entenda por que este grande santo é um modelo para a difusão da fé em Jesus Cristo hoje:

“É uma grande coisa sair do próprio país para pregar o Evangelho”, explicou o Papa Francisco na audiência geral de 17 de maio de 2023. Diante de alguns milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa baseou-se no exemplo de São Francisco Xavier, padroeiro das missões católicas e evangelizador da Ásia, para incentivar as vocações missionárias de hoje e ousar entrar em contato com culturas diferentes, especialmente a China.

Xavier foi um “grande sonhador” que entendeu que “o país decisivo para a missão na Ásia” era a China. “Com sua cultura, sua história, sua grandeza, ela exerceu um domínio de fato sobre essa parte do mundo”, disse o Papa.

“Também hoje, a China é um polo cultural, um grande limiar, uma história muito bonita”, improvisou o Papa, que em 2018 estabeleceu um acordo polêmico com o atual regime comunista sobre nomeações de bispos, com resultados muito mistos até agora.

Talvez ecoando suas próprias dificuldades, o Papa reconheceu que seu colega jesuíta havia fracassado: São Francisco Xavier morreu às portas da China, “na pequena ilha de Schangchuan, esperando em vão para desembarcar no continente perto de Cantão”, lembrou o papa.

“Em 3 de dezembro de 1552, ele morreu em total abandono, com apenas um chinês ao seu lado para cuidar dele. Assim termina a jornada terrena de Francisco Xavier”, com apenas 46 anos de idade. Esse homem de origem culta morreu às portas do “país mais culto da época”, acompanhado por um chinês: “um símbolo e tanto”, admirou-se o Papa.

“O amor de Cristo foi a força que o empurrou para as fronteiras mais distantes, à custa de fadiga e perigo constantes, superando fracassos, decepções e desânimo, e até mesmo oferecendo-lhe o consolo e a alegria de segui-lo e servi-lo até o fim”, explicou o Papa.

Uma inspiração para os missionários de hoje

“Há muitos missionários ocultos que também estão fazendo muito hoje, ainda mais do que São Francisco Xavier”, reconheceu o Papa. O pontífice prestou homenagem aos muitos sacerdotes, leigos e religiosos que ainda se atrevem a embarcar na aventura da missão, especialmente da Itália.

Ele confidenciou que havia notado, ao estudar os arquivos dos candidatos ao episcopado, que muitos padres tinham vivido experiências fora de seu país de origem, às vezes por uma década. Ele nos convidou a cultivar esse espírito missionário, inspirando-se em São Francisco Xavier, e entrou em detalhes sobre a vida do homem que foi um dos primeiros companheiros de Santo Inácio de Loyola.

Nascido em 1506 em Navarra e estudando em Paris, Francisco Xavier era “um jovem inteligente, mas mundano” que acabou abandonando todas as ambições de uma carreira eclesiástica para se tornar um missionário, seguindo os passos de Santo Inácio de Loyola. Ele concordou em partir em uma jornada para o Oriente e, portanto, para “mundos desconhecidos”.

“Assim começou a primeira de uma longa série de missionários apaixonados, prontos para suportar imensas dificuldades e perigos, para ir a terras e encontrar povos de culturas e línguas totalmente desconhecidas” a fim de “tornar Jesus Cristo e seu Evangelho conhecidos”, admirou-se Francisco.

“Naquela época, viajar de barco era muito difícil e perigoso. Muitas pessoas morreram no caminho, vítimas de naufrágios ou doenças”, lembrou o Papa Francisco, referindo-se também aos migrantes que “deixamos morrer no Mediterrâneo”.

Uma viagem de 11 anos para a Índia, Indonésia e Japão

São Francisco Xavier passou um terço de sua viagem missionária de 11 anos na Ásia, da Índia ao Japão, em navios. Depois de uma primeira experiência de evangelização em Goa, “durante uma oração noturna no túmulo do apóstolo São Bartolomeu, ele sentiu que precisava ir além da Índia”. Partiu então para as Molucas, no arquipélago da Indonésia, onde traduziu o catecismo para o idioma local, evangelizando o povo por meio de canções. Essa experiência o fez “chorar de alegria”, disse o Papa.

“Um dia, na Índia, ele conheceu um japonês que lhe contou sobre seu país distante, onde nenhum missionário europeu jamais havia estado. Francisco Xavier decidiu partir o mais rápido possível, e chegou lá depois de uma viagem aventureira em um barco chinês”, lembrou o Papa.

“Os três anos passados no Japão foram muito difíceis, por causa do clima, da adversidade e do desconhecimento da língua, mas mesmo lá as sementes plantadas dariam muitos frutos”, lembrou o Papa Francisco, destacando a atenção que Francisco Xavier dava aos mais pobres.

O pontífice argentino de 86 anos, portanto, pediu que São Francisco Xavier fosse um modelo inspirador para tantos jovens “que não sabem o que fazer com suas preocupações”, observou. “Olhe para o horizonte do mundo, olhe para os povos que têm tantas necessidades, tantas pessoas que sofrem, tantas pessoas que precisam conhecer Jesus”, improvisou Francisco, saindo de seu texto com entusiasmo.

“Há também jovens corajosos hoje”, explicou o Papa, referindo-se em particular aos atuais missionários em Papua Nova Guiné, sobre os quais os bispos do país lhe falaram recentemente durante sua visita ad limina. “Que o Senhor nos dê a todos a alegria de evangelizar, de levar adiante essa mensagem que nos faz felizes, e que faz todos felizes”, insistiu o Papa, voltando à raiz de sua própria vocação jesuíta.

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