Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quarta-feira 24 Abril |
Aleteia logo
Cultura & Viagem
separateurCreated with Sketch.

3 palavras hebraicas que todo cristão deveria conhecer

Este artigo é exclusivo para os membros de Aleteia Premium
CODEX-SASSOON

Public domain

Bíblia hebraica, na edição conhecida como Codex Sassoon

Daniel R. Esparza - publicado em 25/05/23

Aprender (um pouco de) hebraico pode beneficiar muito os cristãos, fornecendo-nos uma compreensão mais profunda das origens, cultura e textos que formam a base da nossa fé

Muito provavelmente, Jesus falava aramaico como sua língua principal, já que era a língua comum falada na região da Palestina durante o século I. Como língua semítica, é diretamente relacionada com o hebraico e ainda hoje é usada por comunidades cristãs e judaicas no Iraque, na Síria, no Irã, na Turquia, na Armênia, no Azerbaijão e até na Rússia. Como era a língua usada nas conversas cotidianas, no comércio e nas interações comunitárias da época de Jesus, os historiadores supõem que Ele cresceu falando aramaico em família e na comunidade.

No entanto, também é provável que Jesus tivesse algum conhecimento de hebraico. O hebraico era a língua dos textos e rituais religiosos, e Jesus, criado numa família de judeus devotos, estaria familiarizado com as Escrituras hebraicas e participaria das práticas religiosas conduzidas em hebraico.

Além disso, devido à ocupação romana da região, é plausível que Jesus tivesse algum contato com o grego. O grego era a língua franca do Mediterrâneo oriental e era comumente usado para fins comerciais e administrativos. A influência da cultura e da língua grega durante esse tempo significa que Jesus e seus discípulos teriam encontrado falantes de grego – e é concebível que eles próprios tivessem alguma habilidade para se comunicar em grego. Os Evangelhos, de fato, foram todos escritos em grego.

O hebraico e a religião

Embora o aramaico fosse provavelmente o idioma principal de Jesus, a sua familiaridade com o hebraico e a possível exposição ao grego teriam fornecido a Ele um contexto linguístico mais amplo, permitindo que Ele se envolvesse com vários indivíduos e comunidades durante o seu ministério. Esta é uma das razões pelas quais aprender hebraico pode beneficiar muito os cristãos, fornecendo uma compreensão mais profunda das origens, cultura e textos que formam a base da fé cristã.

O hebraico é o idioma no qual partes significativas do Antigo Testamento foram escritas. Ele carrega nuances linguísticas únicas e percepções teológicas que às vezes se perdem na tradução. Ao se familiarizarem com ao menos algumas palavras e conceitos hebraicos, os cristãos podem apreciar com mais profundidade as narrativas bíblicas, os temas teológicos e o contexto histórico que moldam as suas crenças.

Isso posto, aqui estão três palavras hebraicas importantes que todo cristão deve conhecer:

1 | Elohim

A palavra hebraica Elohim é freqüentemente traduzida como “Deus” (ou “Deuses”) na Bíblia. Até certo ponto, isso é correto. A palavra Elohim é o plural de Eloah. Em algumas passagens da Bíblia, Elohim se refere aos deuses singulares de outras nações, ou a divindades no plural. Mas em alguns outros, é um dos nomes primários de Deus – e é assim que é usado principalmente na Bíblia hebraica. Chamar Deus de Elohim transmite a ideia da Sua suprema autoridade, poder e soberania.

2 | Ruach HaKodesh

A expressão hebraica Ruach HaKodesh se traduz como Espírito Santo. Tanto na Bíblia hebraica quanto no Novo Testamento, a Ruach HaKodesh sempre se refere, inequivocamente, ao Espírito de Deus. A expressão se refere à presença e ao poder de Deus no mundo e na vida dos crentes – associados à inspiração divina, à revelação, a orientação, transformação e capacitação para o serviço espiritual.

3 | Kippur

Esta palavra hebraica se refere ao conceito de expiação. O Yom Kippur, o Dia da Expiação, é o mais sagrado do ano para os judeus. É um tempo de jejum, oração e arrependimento, onde os indivíduos buscam o perdão de seus pecados e se reconciliam com Deus. Embora alguns autores entendam que perdão e expiação são radicalmente diferentes, é verdade que ambos destacam a capacidade humana (e divina) que as vítimas e credores têm de perdoar transgressores e devedores morais e financeiros. Esse entendimento da liberação da dívida é encontrado em Deuteronômio 15 (o famoso Remissionis Domini, o Shmita, o Jubileu) e é repetido na formulação original grega da Oração do Senhor (“perdoai-nos as nossas dívidas”, kai aphes hēmin ta opheilēmata hēmōn) e no primeiro sermão de Jesus encontrado no evangelho de Lucas, que o apresenta desenrolando o rolo de Isaías em um sábado na sinagoga e anunciando que veio proclamar “o Ano do Senhor”, o Ano do Jubileu.

Ao aprender essas palavras hebraicas e seus significados, os cristãos podem obter uma compreensão mais profunda das Escrituras, do caráter de Deus e do contexto histórico e cultural da sua fé. Explorar algumas dessas nuances linguísticas abre caminhos para estudar a Bíblia de forma mais abrangente e permite uma conexão mais profunda com ela.

Este artigo é exclusivo para os membros Aleteia Premium

Já é membro(a)? Por favor,

Grátis! - Sem compromisso
Você pode cancelar a qualquer momento

1.

Acesso ilimitado ao conteúdo Premium de Aleteia

2.

Acesso exclusivo à nossa rede de centenas de mosteiros que irão rezar por suas intenções

3.

Acesso exclusivo ao boletim Direto do Vaticano

4.

Acesso exclusivo à nossa Resenha de Imprensa internacional

5.

Acesso exclusivo à nova área de comentários

6.

Anúncios limitados

Apoie o jornalismo que promove os valores católicos
Apoie o jornalismo que promove os valores católicos

Tags:
BíbliaCulturaHistóriaReligião
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia