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Onde está o Espírito Santo nos momentos que mais precisamos?

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Julia A. Borges - publicado em 28/05/23

Se, pela Graça, temos em nós o Espírito que é o próprio Pai, por que, muitas vezes, não temos nem ânimo de levantar da cama?

Ao celebrar a descida do Espírito Santo, na festa de Pentecostes, o cristão é chamado a refletir no significado real desta data e o seu efeito sobre cada um de nós nos dias de hoje. E tal análise deve ser feita tomando sempre como base o aspecto atemporal dos ensinamentos, preceitos, experiências e mandamentos ocorridos há mais de dois mil anos. Afinal, não é adequado que analisemos a vida e a obra de Cristo como fatos isolados e ultrapassados, uma vez que é nossa missão sermos evidência viva dos fenômenos gerados por Jesus.

A fim de tornar a nossa missão mais tangível e eficaz à realidade mundana, Deus nos concede Seu próprio Espírito como ferramenta para ir e fazer mais discípulos. Mas onde está o Paráclito nos momentos nos quais somos convidados a dar testemunho da fé que professamos? Se, pela Graça, temos em nós o Espírito que é o próprio Pai, por que, muitas vezes, não temos nem ânimo de levantar da cama?

Logo após o evento de Pentecostes, os apóstolos vivenciaram situações sobre-humanas e possuíam aquela chama acessa de forma patente. Eles viram e vivenciaram tudo aquilo que hoje nós ouvimos e lemos. Seus olhos foram a prova de sua fé. Seus olhos eram o sustentáculo daquela força que os fazia pregar aquilo mesmo que viveram.

Fundamento

O cristão de hoje não pode contar com a mesma experiência de Pedro, João, Tiago e André; não pode se valer pelo que viram Tomé, Filipe, Mateus e Simão. O nosso fundamento tem como princípio e meio a fé, única e exclusivamente. Se não tivemos a possibilidade de vivenciar aquela situação pela qual passaram os apóstolos, é possível vivenciar a glória daqueles momentos no manifestar da nossa fé.

O Espírito Santo conferido aos primitivos seguidores de Cristo é o mesmo concedido a cada um de nós, o que muda é o coração que O habita, afinal é sabido que sustentar os fundamentos da crença cristã não é tarefa muito fácil. Do nascer ao pôr do sol, o homem parece viver em uma batalha entre o bem e o mal; entre as coisas do mundo e as coisas do alto. E, muitas vezes, as situações mais difíceis com as quais o cristão tem de enfrentar se encontram dentro de casa, no âmbito familiar.

Ide e fazei discípulos na rua, no trabalho, na faculdade ou na fila do mercado parecem ser tarefas mais viáveis do que ter a paciência em explicar como funciona a nova tecnologia aos seus pais ou avós; ajudar nas tarefas domésticas; deixar de lado a vontade ilógica de iniciar ou querer vencer uma discussão. São tantos os exemplos que nos tornam grandes na fé na rua e pequeninos justamente com àqueles que mais amamos, e talvez esse seja o grande problema. Não que o amor propriamente seja algo negativo, é óbvio que não é, mas ás vezes desaprendemos a amar, e vez ou outra precisamos olhar para cruz para rememorarmos.

Luz interior

Amar não é sobre ter razão, não é sobre o tal do “eu” sempre em primeiro lugar. Para amar é preciso mergulhar em águas mais profundas até que a luz de fora cesse e a luz interior o ajude a nadar; mergulhar até entender que a minha frente não está o meu pai, não está a minha mãe, não está o meu irmão, minha tia ou meu primo. Em minha frente, ao pedir uma ajuda no celular, ao solicitar que eu lave a louça, ao levá-lo ao médico, ou ao argumentar o contrário do que eu penso está Deus. 

Muitas vezes, o emocional faz com que a sensibilidade para as brigas e discussões esteja mais perceptível, e pensar que justamente essa dificuldade seja um caminho que nos leva ao pai é um aditivo para enfrentar as situações com mais entendimento e transformar um motivo que poderia servir para a guerra, em manifestação pura do Espírito Santo.

Caso venha a falhar, não pense que a guerra está perdida, não caia na falácia de que seu catolicismo não é válido porque houve erro seu na caminhada, afinal, é no dia a dia que o cristão é moldado à imagem de Cristo. É por causa do nosso cair e levantar diário, é por conta da nossa fraqueza, é em virtude do nosso total despreparo que também somos chamados a sermos templo do Espírito Santo, e através Dele, poderemos achar sempre a luz quando o túnel parecer escuro e sem saída.

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