Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 22 Setembro |
São Maurício, Exupério, Cândido, Vitor e companheiros
Aleteia logo
Cultura & Viagem
separateurCreated with Sketch.

Água ou cerveja: o que as pessoas bebiam na Idade Média?

Este artigo é exclusivo para os membros de Aleteia Premium
medieval-kitchen-1.jpeg

Shutterstock

Daniel R. Esparza - publicado em 31/05/23

Em algumas regiões, a cerveja era uma alternativa mais segura do que a água

Durante a Idade Média, a cerveja era considerada uma espécie de pão líquido e adequada tanto para monges quanto para leigos. A bebida fazia parte da dieta de crianças e adultos, ao lado de repolho, cebola, legumes e pão. Ela custava menos e era considerada mais saudável do que a água e o leite, muitas vezes poluídos e contaminados. 

O processo de fermentação eliminava bactérias, tornando a cerveja uma alternativa mais segura. A produção de vinho era muito cara nos países do norte da Europa (obviamente não era o caso no Mediterrâneo). Chá, café e chocolate ainda não haviam sido introduzidos na Europa.

No entanto, isso não significa que as pessoas não bebiam água naquela época. É verdade que, como explica Peter Konieczny, mesmo que a disponibilidade e a qualidade variassem em função de diversos fatores, como localização, classe social e acesso a recursos, a água ainda era a bebida mais consumida por pessoas de todas as classes sociais durante a Idade Média. Estava prontamente disponível em poços, nascentes e rios. Nas áreas urbanas, as pessoas geralmente obtinham água de poços comunitários espalhados pelas cidades. Nas áreas rurais, os moradores dependiam de fontes naturais, como riachos e rios.

Além disso, como Konieczny corretamente coloca, “textos religiosos medievais também mencionam água potável. Alguns relatos hagiográficos revelam que os santos se abstinham de bebidas alcoólicas e bebiam água. Algumas das comunidades monásticas mais austeras também defendiam a ingestão da água.”

trappist-1.jpeg
As cervejarias monásticas existem na Europa pelo menos desde o século V.

Mais uma vez: a água potável nem sempre era limpa ou segura para consumo. Poluição e contaminação eram problemas comuns, especialmente em áreas densamente povoadas. Muitas cidades careciam de sistemas de saneamento adequados, e os resíduos muitas vezes acabavam em fontes de água. Essa contaminação poderia levar à propagação de doenças como disenteria, cólera e febre tifóide. Para mitigar esses riscos, as pessoas costumam ferver a água antes de bebê-la. Mesmo que eles não entendessem nada de bactérias, era de conhecimento comum que o calor poderia tornar a água mais segura para beber.

Além disso, o consumo de bebidas alcoólicas era generalizado. Muitos preferiam a cerveja à água devido ao menor risco de contaminação. O processo de fermentação envolvido na fabricação da bebida a tornava mais segura para o consumo do que a água não tratada. 

Os mosteiros, inclusive, produziam cervejas leves a partir de aveia para alimentar as crianças em orfanatos. Além disso, observou-se que a cerveja prevenia e curava certas doenças infantis, que agora sabemos ser devido às suas propriedades antibióticas. Por todas essas razões, os mosteiros a produziam regular e abundantemente.

Além da água e das bebidas alcoólicas, as pessoas também consumiam outras bebidas, como chás e infusões de ervas. Estes eram frequentemente feitos de uma variedade de plantas, flores e especiarias, e acreditava-se que tivessem propriedades medicinais.

Vale a pena notar que os hábitos e práticas de consumo de água na Idade Média podem diferir significativamente de um lugar para outro e de um século para o outro. Fazer declarações generalizadas sobre esse período pode levar a mal-entendidos, erros e simplificações excessivas.

Este artigo é exclusivo para os membros Aleteia Premium

Já é membro(a)? Por favor,

Grátis! - Sem compromisso
Você pode cancelar a qualquer momento

1.

Acesso ilimitado ao conteúdo Premium de Aleteia

2.

Acesso exclusivo à nossa rede de centenas de mosteiros que irão rezar por suas intenções

3.

Acesso exclusivo ao boletim Direto do Vaticano

4.

Acesso exclusivo à nossa Resenha de Imprensa internacional

5.

Acesso exclusivo à nova área de comentários

6.

Anúncios limitados

Apoie o jornalismo que promove os valores católicos
Apoie o jornalismo que promove os valores católicos
Tags:
História
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia