“Hoje, estou muito triste porque no país onde a Virgem Maria apareceu, uma lei para matar foi promulgada, mais um passo na longa lista de países com eutanásia”, declarou o Papa Francisco em 13 de maio, o dia da comemoração litúrgica das aparições da Virgem Maria aos pastorinhos de Fátima. No dia anterior, os parlamentares portugueses haviam aprovado o Decreto 43/XV sobre a morte medicamente assistida, forçando o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa a promulgá-lo, apesar da oposição pessoal do fervoroso católico a essa matéria, que ele há muito tempo vinha impedindo por todos os meios constitucionais possíveis.
Algumas semanas antes da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa e da segunda visita do Papa Francisco após sua visita a Fátima em 2017, Portugal agora se juntou a Espanha, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Canadá e Nova Zelândia entre os países que legalizaram a eutanásia ativa. Na França, uma lei está em preparação e deve ser debatida no Parlamento a partir do meio do ano. O assunto foi levantado durante a última visita do presidente Emmanuel Macron ao Vaticano, em outubro de 2022. O Papa Francisco expressou repetidamente sua oposição explícita a essa ação legislativa, que ele vê como um sinal de uma “cultura de desperdício” e uma exclusão dos doentes e idosos do escopo da vida em sociedade.
Em consonância com seus predecessores, o Papa tem defendido consistentemente a defesa da vida. “A eutanásia e o suicídio assistido são um fracasso para todos”, escreveu o chefe da Igreja Católica no Twitter em 5 de junho de 2019, após a eutanásia de uma adolescente holandesa de 17 anos.