O pe. Cido Pereira assina uma coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, e foi indagado sobre a possibilidade de se ler a Bíblia de alguma forma que seja "fácil". Eis o que o sacerdote explicou:
"Deixe-me primeiramente dizer a você que a Bíblia tem que ser um livro de cabeceira dos cristãos. Temos mesmo de mergulhar nele, que, aliás, não é um livro, é uma biblioteca inteira com seus 72 livros: 45 do Velho Testamento e 27 do Novo Testamento. Eu entendo que a melhor definição da Bíblia, além daquela que diz que ela é a Palavra de Deus em linguagem humana, é aquela outra que diz que a Bíblia é uma grande carta de amor que Deus escreveu para nós, seus filhos".
Isso posto, o pe. Cido aconselhou a começar a leitura da Bíblia "por aqueles livros mais fáceis de entender, porque estão mais perto de nós". E propôs:
"Comecemos, então, pelos Evangelhos. Eles são a Boa Notícia de Salvação que Jesus veio trazer para nós. Quando saboreamos os Evangelhos, vamos, depois, procurar entender como foi preparada a vinda de Jesus até nós. Depois, vamos ler os livros do Antigo Testamento e conhecer os outros livros a partir do Gênesis".
O sacerdote acrescentou:
"Podemos, também, orar pela Bíblia. Você sabia que para todas as situações de nossa vida há um salmo apropriado? Pois é. Quando começamos a orar por eles, vamos descobrindo que podemos por meio deles falar com Deus de nossas alegrias, dores, medos, angústias, arrependimentos, confiança e tantos outros sentimentos que nos passam pelo coração.
Agora, a melhor maneira mesmo de ler a Bíblia é em comunidade, na liturgia, pois é quando descobrimos, em comum, que há uma lógica, uma pedagogia de Deus nos textos que a Igreja nos propõe".
O pe. Cido ainda mencionou:
"Olha só o que nos diz a introdução geral da Bíblia, traduzida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Eu vou transcrever pra você alguns textos. Diz lá que 'nós, cristãos, lemos a Bíblia não por curiosidade, mas para expor nossa vida à luz de Cristo. A Bíblia nos permite conhecer melhor o pano de fundo sobre o qual se destaca Jesus de Nazaré (Antigo Testamento) e o efeito que ele produziu naqueles que o conheceram e seguiram (o Novo Testamento).
Por isso, a pergunta que deve presidir a leitura cristã da Bíblia é esta: que luz este Jesus da Bíblia projeta sobre a minha vida aqui e agora? Como viça a minha vida à sua luz? Como posso com Ele repetir os salmos do povo de Israel? Que significa a minha vida profissional ou familiar à luz das Bem-aventuranças? Que significa para mim sua cruz redentora? E não só para mim, mas para aqueles que comigo constituem a sociedade humana e a comunidade de fé?'".
E concluiu:
"Espero que essas dicas facilitem a sua leitura da Bíblia, meu irmão!".