Rozina sorri, um sorriso radiante que não dá indícios de sua história dolorosa. No entanto, a vida não foi gentil com ela: pobreza, imigração, chegada à Inglaterra vinda da Albânia sem documentos. Foram necessários oito anos para que sua situação fosse regularizada. Nesse ambiente difícil, ela cuida de sua família, do marido e do filho Elvis. Quando estava ansiosa para ter um segundo filho, as dificuldades entraram em sua vida mais uma vez. Com pouco mais de 23 semanas de gravidez (no início do sexto mês), o parto foi desencadeado.
"Com 23 semanas e três dias, logo depois do segundo ultrassom e de ver meu bebê saudável, comecei a sangrar. Quando cheguei ao hospital, os médicos me disseram que eu estava em trabalho de parto. Era impossível, inconcebível! Fiquei arrasada."
Com emoção, ela continua: "Não conseguia me imaginar vivendo sem meu filho, tendo-o nascido para morrer em meus braços. A equipe médica foi um apoio imenso, cheio de ternura e encorajamento. Em especial o médico que estava lá e que apelidei de 'Doutor Esperança', e Jenny, a parteira que foi absolutamente incrível em sua dedicação e compaixão."
486 gramas
Arijon nasceu com 23 semanas e três dias, pesando 486 gramas. Rozina e seu marido Arlind compartilham, cada um à sua maneira, a dor e a angústia de um nascimento tão prematuro. "Arlind não queria que eu pensasse que tudo isso era culpa minha. É muito difícil não reescrever a história para descobrir que culpa você pode ter cometido para chegar a esse ponto."
As primeiras horas, e depois os primeiros dias, foram um período de sentimentos mistos de vitória e alívio por seu filho estar vivo, com o medo de perdê-lo ou de ver complicações médicas surgirem novamente. Mas Arijon quer viver.
Rozina diz: "Os médicos me disseram que nosso filho tinha os pulmões de um tigre! Ele queria viver! Toda vez que tínhamos de voltar ao hospital nos primeiros meses, vendo seu progresso e depois vendo-o andar, eles sempre me pediam para enviar fotos e contar sua história, porque isso encorajaria os pais que estão passando por essa terrível angústia. Então, quando uma amiga se ofereceu para escrever nossa história", ela continua, "fiquei muito feliz! Eu sonhava que isso poderia acontecer, que meu sonho se tornaria realidade.
Há uma força nele que me ajuda a continuar acreditando
Agora que seu filho começou a frequentar a escola e está progredindo constantemente em seu aprendizado, Rozina o vê crescer com orgulho e gratidão. "Arijon passou por muitos desafios, e tenho que admitir que costumo ser muito conciliadora com ele e não o repreendo com frequência. Ele é tão forte… e tão teimoso! Não posso dizer que o culpo! Mesmo quando ele estava aprendendo a respirar por conta própria, os médicos me garantiram que Arijon nos mostraria quando estivesse pronto. Era verdade, depois de três tentativas, foi ele quem puxou os tubos para sinalizar que estava na hora. Na semana passada, ele fez uma operação nos tímpanos, que correu muito bem. Ele estava indo tão bem que recebeu alta na noite da operação, que foi realizada sob anestesia geral, em vez de receber alta no dia seguinte! Há uma força nele que me ajuda a continuar acreditando".
Rozina compartilha sua esperança e sua forte fé no livro Une si petite main, publicado pela Editions Mame. É a história de uma vida que estava por um fio, uma história comovente que nos lembra que o Senhor está sempre cuidando de nós.