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Submarino: passageiro relata sensação de perder contato no fundo do oceano

Destroços do Titanic

Destroços do Titanic

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Francisco Vêneto - publicado em 22/06/23
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"Você assina um documento antes de embarcar; na primeira página, a morte é mencionada três vezes"

Desde o início desta semana, o planeta acompanhou apreensivo o drama dos cinco homens que estavam a bordo de um submarino desaparecido desde o domingo, 18. A embarcação, chamada Titan, perdeu contato logo após iniciar a descida rumo aos destroços do mítico navio Titanic, naufragado no Atlântico Norte em 1912 durante a sua viagem inaugural, entre Southampton, no Reino Unido, e Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Nas últimas horas, os prognósticos mais pessimistas sobre a possibilidade de resgate da tripulação do Titan vinham ganhando força à medida que se esgotava o tempo de oxigênio disponível a bordo.

Na manhã desta quinta-feira, 22, a Guarda Costeira dos EUA informou ter encontrado destroços, provavelmente do submarino desaparecido, nas áreas de busca próximas aos restos do Titanic. Até a publicação desta matéria, porém, não houve confirmação oficial sobre a morte dos tripulantes.

Perda completa de comunicação

A viagem do Titan era de natureza turística: a empresa OceanGate, operadora do submarino, promovia expedições ao custo de 250 mil dólares até os restos do célebre navio naufragado.

Um dos participantes de expedições anteriores é o roteirista de televisão Mike Reiss, produtor de "Os Simpsons". Ele já realizou o percurso três vezes e, durante entrevista à rede britânica BBC, declarou que, em todas as ocasiões, houve dificuldades de comunicação.

Segundo Mike, durante a sua última viagem a bordo do Titan, o submarino ficou cerca de três horas sem conexão. Ele relatou à BBC a sensação de ficar "perdido" nas profundezas do Oceano, em brutal contraste com a experiência "relaxante" da descida - que leva cerca de 2 horas e meia, descritas por ele como "ir caindo no silêncio":

"A experiência da descida foi bem relaxante. É um submarino magnificamente projetado, e a sensação dentro dele é quase a mesma de estar num spa. Mesmo com cinco pessoas sentadas no chão, é confortável. Ele tem um visor, mas tudo o que você enxerga é escuridão".

Essa quietude, porém, se transforma radicalmente em tensão a partir do instante em que se perde contato com a superfície:

"A bússola parou de funcionar e começou a girar. Tivemos que nos locomover às cegas no fundo do oceano".

Consciência do risco de morte

Mike acrescenta que chegou a preparar-se, mesmo antes da expedição, para a possibilidade de não sair vivo:

"Entrei no submarino e, no fundo da minha mente, tinha aquele ‘bom, talvez eu nunca saia desta coisa’. Isso não quer dizer que a embarcação seja de má qualidade, nem nada disso. Mas tudo isso é uma tecnologia nova e eles ainda estão aprendendo conforme ela vai avançando".

Segundo Mike Reiss, antes do embarque é preciso assinar um termo de responsabilidade em que o firmante se declara plenamente ciente dos riscos:

"Você assina um documento antes de embarcar, e, na primeira página, a morte é mencionada três vezes".

Diante da morte do próximo, seja ele quem for, a Igreja nos convida sempre a rogar a Deus pelo descanso eterno da sua alma e para que Deus console o coração de seus familiares e amigos.

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