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Nicarágua impõe novo (e alto) imposto a igrejas e ameaça confiscar as que não pagarem

Daniel Ortega e Rosario Murillo

Ditador Daniel Ortega e sua mulher e vice-presidente Rosario Murillo

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Francisco Vêneto - publicado em 10/07/23
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"O objetivo não é só confiscar, mas nos sufocar economicamente", denunciou um padre

A ditadura de Daniel Ortega continua avançando implacavelmente contra a Igreja. Além da probição de procissões e outros ritos em espaços públicos, do assédio sistemático aos fiéis, do fechamento de rádios e escolas católicas, da expulsão de freiras e religiosos e da prisão arbitrária de padres e até de um bispo, o regime sandinista agora intensifica os seus ataques contra igrejas católicas e templos evangélicos visando minar a sua viabilidade econômica.

Segundo o portal local 110% Noticias, a cobrança do imposto sobre bens imóveis (IBI), equivalente ao imposto predial e territorial urbano que se pratica no Brasil, se aplicará já a partir de 2023 a todos os templos, sem que tenha havido aviso prévio nem tempo hábil de planejamento orçamentário para as instituições religiosas. Até agora, elas estavam isentas desse imposto com base em decreto executivo de janeiro de 1995.

Além desta oneração inesperada, cabe lembrar as paróquias estão sofrendo com o congelamento, imposto desde o mês passado, de grande quantidade de contas bancárias da Igreja na Nicarágua, o que torna impossível de pagar o que já era difícil.

Como os valores dos impostos são altos, muitos padres e pastores foram reclamar junto às prefeituras, mas as administrações municipais responderam apenas que, se não pagarem, os templos serão confiscados.

Um sacerdote que se manifestou sob condições de anonimato denunciou à imprensa local:

"Eles não vão confiscar as imagens dos santos: vão levar os aparelhos de som e até as escrituras dos templos, porque o objetivo não é só confiscar, mas nos sufocar economicamente".