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São Charbel Makhlouf: sua vida e seus milagres

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Vanderlei de Lima - publicado em 16/07/23
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“Um homem, declarado morto por quatro médicos, ressuscitou com uma injeção de água benta trazida do túmulo do Padre Charbel"

No dia 24 de julho, celebramos São Charbel Makhlouf (1828-1898). Sua fama de santidade se acha tão difundida entre nós, no Brasil, que o livro São Charbel Makhlouf, escrito pelo Pe. Angél Peña, OAR, lançado pela Cultor de Livros, em 2020, alcançou, já no final de 2022, sua segunda edição. Ela vem ampliada por um Apêndice a elencar recentes milagres de Deus por intercessão deste santo maronita.

De modo assaz resumido, podemos assim descrever sua vida. Nasce, em 8 de maio de 1828, em Beka-Kafra, a cidade mais alta do Líbano. No dia 16 de maio do mesmo ano, é batizado. Em 1851, vai para o mosteiro de Maifuq e aí inicia seu noviciado. Foge desse cenóbio e segue para Annaya, onde passa o segundo ano de noviciado. Em 1853, ali emite seus votos perpétuos. Entre 1853 e 1859, estuda Filosofia e Teologia em Kfifane, e, no dia 23 de julho de 1859, é ordenado sacerdote em Bkerké.

Já padre, passa, em oração, estudo e penitência, 16 anos (1859-1875) no mosteiro de Annaya. Em 1875, obtém a permissão de se retirar para o eremitério [vida solitária] de São Pedro e São Paulo, onde passará os últimos 23 anos de sua vida. Aí falece, em 24 de dezembro de 1898, na vigília de Natal. Um ano depois (1899), é feita sua primeira exumação. Encontram o corpo intacto e exalando um líquido milagroso. Finalmente, em 1925, tem início o processo de canonização. Dentro dos trâmites desse processo, no ano de 1950, dá-se a abertura da sepultura na presença de uma Comissão oficial formada por médicos. Seu corpo ainda se acha incorrupto depois de 52 anos de sua morte. Este ano se distingue pela grande quantidade de milagres alcançados por sua intercessão. Concluído o processo, o Papa São Paulo VI o declara beato em 5 de dezembro de 1965, em Roma. No dia 9 de outubro de 1977, o mesmo Pontífice o proclama santo (cf. p. 81-82).

Curas

Feito este percurso, notemos que “somente entre 1950 e 1953, foram registradas 2.200 curas extraordinárias” (p. 59). Dentre as tantas expostas no livro em foco, segue uma para a apreciação dos leitores. “Um homem, declarado morto por quatro médicos, ressuscitou com uma injeção de água benta trazida do túmulo do Padre Charbel. O Dr. Ouaissi declarou: ‘Em 3 de fevereiro, fui chamado ao setor de emergência para o Sheik Salim Salim, de 70 anos, e o encontrei em estado crítico. Ele estava inconsciente com um pulso irregular, uma pressão inferior a seis e com batidas cardíacas quase imperceptíveis. Agi, rapidamente, para deter a hemorragia estomacal, pois havia vomitado mais de um litro de sangue. Desde que cheguei, em menos de uma hora, ele vomitou três vezes e suas condições pioraram. Chamei três de meus colegas para ajudar e, pensando que ele teria apenas meia hora de vida, concluímos que nada poderia ser feito. De fato, seu coração parou e o Dr. Shami atestou sua morte’”.

E continua: “Um momento depois, minha filha Linda entrou na sala trazendo incenso do túmulo do Padre Charbel e queimou-o, colocando-o debaixo do nariz do defunto e pondo uma relíquia do Padre Charbel sobre o seu peito. Depois de aplicar-lhe uma injeção de água benta, trazida da sepultura do servo de Deus, o homem ressuscitou. Portanto, certifico que a sua recuperação foi devido à intercessão do servo de Deus e declaro que o referido é verdadeiro. Doutor Ouaissi, 16 de fevereiro de 1952” (p. 64). Os grandes milagres de Deus por intercessão de São Charbel continuam, no entanto, até os nossos dias (cf. p. 87-95).

Maronitas

Por fim, uma oportuna pergunta: Quem são os maronitas? – “São sírios católicos que conservaram a reta fé em tempos de debates teológicos, especialmente em torno da Santíssima Trindade e de Jesus Cristo, Nosso Senhor, entre os séculos V e VII. Nunca romperam, portanto, a comunhão com o Santo Padre, o Papa. Liturgicamente, pertencem ao grupo dos antioquenos ocidentais que seguem a tradição litúrgica de São Tiago de Jerusalém, mas com algumas adaptações à liturgia latina” (p. 11 – Nota 1). 

Peçamos, pois a São Charbel Makhlouf, o santo maronita, que, por meio de sua oração à página 97 do referido livro, interceda junto a Deus por todos nós. Amém.

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