Alguns peregrinos palestinos compartilham sua empolgação em participar da Jornada Mundial da Juventude pela primeira vez e trazer a terra natal de Jesus para Lisboa
Na lotada Paróquia de São Nicolau, no centro de Lisboa, um pequeno grupo de jovens palestinos é visível no meio da multidão de peregrinos que vieram para ouvir a primeira sessão de catequeses “Levanta-te” como parte dos eventos da Jornada Mundial da Juventude. Alguns deles usam lenços xadrez preto e branco em volta dos ombros, o tradicional “keffiyeh” palestino, enquanto participam da missa. Eles são um pequeno grupo de Belém, dentre os cerca de 200 peregrinos que vieram da Palestina para participar da JMJ.
“Como palestinos de Belém, temos que transmitir nossa mensagem ao mundo e ser a luz para outros cristãos, já que o cristianismo começou na Palestina”, diz Angela, uma estudante universitária de 20 anos, com cabelos curtos e cacheados e um grande sorriso. Angela e seus amigos, todos participantes da JMJ pela primeira vez, compartilham o entusiasmo de trazer um pedaço da terra natal de Jesus para Lisboa e de representar seu país.
“Nós nos sentimos muito sortudos como cristãos que vivem na Palestina porque vivemos na terra natal de Jesus. Nós temos a sorte de estar perto de onde Jesus nasceu”, diz Celina, de 20 anos, com seus longos cabelos castanhos cobrindo parcialmente um lenço palestino orgulhosamente enrolado em seu pescoço.
Ela explica que, durante o Natal, pessoas de todo o mundo vêm a Belém para as celebrações e que, em julho, ela e Angela foram ao local onde a visitação ocorreu de acordo com a tradição. Isso aumentou sua empolgação com a JMJ, já que essa passagem da Bíblia é o tema do evento. Elas querem transmitir esse entusiasmo a outras pessoas, pois levam um pouco de sua terra natal com elas, e explicaram que também estão gostando de conhecer cristãos de todo o mundo.
“É incrível que todos nós estejamos nos unindo, de alguma forma, de alguma maneira”, diz Angela.
Representando a Palestina
Em Lisboa, eles “estão tentando mostrar a outras pessoas como vivem os cristãos na Palestina”, continua Angela. “A maioria das pessoas não conhece nossa bandeira. É bom que elas venham e perguntem de onde somos ou que bandeira é essa”, explica Celina. “Quando dizemos a elas que somos da Palestina, de Belém, elas se sentem felizes por ver cristãos de lá.”
“Normalmente, a Palestina é apresentada de forma errada, geralmente somos apresentados como vítimas, mas queremos mostrar ao mundo que a juventude palestina é forte”, diz Sandra, de 22 anos, contadora recém-formada e amiga de Angela e Celina. “Estamos orgulhosas de estar aqui, orgulhosas de representar nosso país e nos sentimos muito sortudas por termos tido a chance de vir aqui.”
Queremos “convidar todos a virem à Palestina para ver o que Maria experimentou quando soube que estava grávida do menino Jesus”, concluiu Celina.
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