A tradição está ligada a Santa Eulália, jovem cristã e mártir do século III que era "pastora de gansos"
Santa Eulália, também conhecida como Eulália de Barcelona, foi uma jovem cristã que viveu no século III, durante o governo do imperador romano Diocleciano, na cidade então chamada de Barcino – hoje Barcelona. Ela é a co-padroeira da cidade, juntamente com Nossa Senhora de La Merced (ou da Mercê).
A tradição afirma que Eulália pastoreava gansos em Sarrià, hoje um bairro nobre próximo ao extremo oeste de Barcelona, mas na época um vilarejo nos arredores da cidade murada. Ela professava abertamente a sua fé cristã, apesar das tentativas das autoridades romanas de suprimir o cristianismo na região.
Mesmo com apenas 13 anos, Eulália se recusou a renunciar à fé. Além disso, fugiu de casa e foi para a cidade murada, procurou o governador e exigiu o fim das hostilidades contra os cristãos. O governador, no entanto, condenou-a a 13 torturas – uma para cada ano que ela tinha vivido como cristã.
Eulália suportou todas as 13 torturas, que incluíram a crucificação numa “crux decussata”, como a de Santo André (confira a respeito o artigo recomendado ao final desta matéria). Finalmente, foi decapitada em 12 de fevereiro de 303. Uma lenda diz que uma pomba voou do seu pescoço decepado, enquanto outras versões dizem que a pomba saiu de sua boca depois que ela fez sua última oração.
Depois de muito tempo desaparecidos, seus restos mortais foram encontrados em 878 pelo bispo Frodoíno na igreja de Santa Maria de las Arenas – hoje Basílica de Santa María del Mar. Foi então realizada uma transferência solene das suas relíquias para a catedral, onde seus restos foram enterrados numa cripta dedicada a ela.
Desde então, 13 gansos são mantidos numa área reservada do claustro da catedral, em homenagem à jovem mártir criadora de gansos.
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