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Você sabe quem é Santa Beatriz da Silva?

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Reportagem local - publicado em 17/08/23
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A expressão “Dona Beatriz da Silva” é um título usado na época. Entenda:

Dona Beatriz da Silva nasceu, na vila de Campo Maior, em Portugal, por volta de 1437. Ela foi da linhagem dos reis de Portugal, filha de Rui Gomes da Silva, alcaide-mor de Campo Maior, e de sua mulher dona Isabel de Meneses, filha natural de dom Pedro de Meneses, 1º conde de Vila Real e 2º conde de Viana do Alentejo. Teve pelo menos doze irmãos.

Ainda pequena, dona Beatriz da Silva partiu para a corte régia de Castela, em 1447, como donzela da rainha Isabel, segunda mulher do rei João II de Castela. A presença de dona Beatriz na corte não passou despercebida. Sua formosura cativante encantou a todos. A rainha, dominada por uma mistura de ciúme e inveja, fechou dona Beatriz em um cofre, mas uma invisível proteção da Virgem Maria a salvou. Após este triste episódio, deixa Tordesilhas, onde a corte régia, então, estava instalada, e vai para Toledo; aí se recolheu no Mosteiro de São Domingos, o Real, de monjas dominicanas. Por devoção, decidiu manter sempre o seu rosto coberto com um véu branco, de forma que, enquanto viveu, nenhum homem e nenhuma mulher viu o seu rosto. Permanece neste mosteiro por cerca de 30 anos.

Mosteiro

Em 1484, a rainha dona Isabel, a católica, doa-lhe os Palácios de Galiana onde existia uma Igreja antiga que tinha o nome de Santa Fé. Dona Beatriz, passada a esta casa, começou a adaptá-la para a forma de mosteiro. Levou consigo dona Filipa da Silva, sua sobrinha, e outras onze mulheres, todas de hábito religioso e honesto, embora não pertencessem a Ordem alguma. E, uma vez instalada na nova casa, querendo dar fim à sua determinação, estabeleceu a maneira de viver que queria e enviou-a a Roma, numa súplica conjunta com a rainha. Foi tudo aprovado e outorgado pelo Papa Inocêncio VIII pela bula “Inter Universa” em 1489. 

O Mosteiro já estava fundado e tudo já fora preparado para entregar o hábito a ela e às monjas que ela havia instruído, quando Nosso Senhor quis chamá-la. Morreu no ano de 1492. Na hora de sua morte, foram vistas duas coisas maravilhosas. Uma foi que, quando lhe levantaram o véu para administrar-lhe a unção foi tal o esplendor de seu rosto que todos ficaram admirados. A segunda, foi que, em sua fronte, viram uma estrela, que lá ficou até que ela expirou, e que emitia um fulgor e um esplendor igual ao da luz quando mais brilha. Faleceu com fama de santidade.

Em 1511, o Papa Júlio II atribui à Ordem nascente uma Regra Própria. Dona Beatriz foi beatificada pelo Papa Pio XI, em 26 de julho de 1926, e solenemente canonizada, em 3 de outubro de 1976, pelo Papa Paulo VI. Sua Festa é celebrada no dia 17 de agosto.

Santa Beatriz da Silva se destacou por sua fé inquebrantável, por sua pureza, que lhe permitiu ser Lírio Alvíssimo escondido no coração de Jesus no Canteiro da Imaculada, por sua paciência alicerçada na esperança, por sua caridade, por sua simplicidade, pobreza, humildade, generosidade em oferecer um perdão sincero. Enfim, adornada de todas as virtudes indica-nos o caminho mais curto, fácil e seguro para se chegar a Cristo: Maria.

Nota: A expressão “Dona Beatriz da Silva” é um título usado na época, por ser ela descendente de reis e de condes. Era o costume de então. “Dona” não era qualquer mulher, como hoje nós chamamos a qualquer senhora. “Dona” eram apenas algumas dentre as mulheres nobres. As que possuíam esse título o possuíam desde o batismo e jamais deixavam de usá-lo. Fazia parte do seu nome.